Fugas - hotéis

  • L’And Vineyards
    L’And Vineyards Joana Bourgard
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    L’And Vineyards
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    Herdade dos Grous João Cordeiro
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    Herdade dos Grous João Cordeiro
  • Herdade da Malhadinha Nova
    Herdade da Malhadinha Nova
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    Herdade do Esporão Nelson Oliveira
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    Herdade do Esporão Nelson Oliveira
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    Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo Nelson Garrido
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    Quinta do Seixo Paulo Pimenta
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    Quinta do Seixo Paulo Pimenta
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    Casa da Ínsua Lara Jacinto
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    Casa da Ínsua Lara Jacinto
  • Graham’s 1890
    Graham’s 1890 DR
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  • Espaço Porto Cruz
    Espaço Porto Cruz DR
  • No topo do Espaço Porto Cruz
    No topo do Espaço Porto Cruz Fernando Veludo/nFactos

Viver e sonhar entre as paisagens do vinho

Por Miguel Pires, Manuel Carvalho, Pedro Garcias, Mariana Correia Pinto

Algures nas montanhas dramática das vinhas do Douro ou das paisagens amenas do Alentejo é fácil encontrar unidades de turismo onde a experiência do vinho se cruza com a partilha da natureza e dos modos de vida rurais. Em Portugal, o enoturismo está em alta. Dez bons exemplos para o comprovar.

Portugal é um destino turístico e um país reconhecido mundialmente pelos seus vinhos e paisagens vinícolas de rara beleza: dos campos de vinha alta da Região dos Vinhos Verdes aos patamares esculpidos no xisto das encostas do Douro, passando pela imensa planície alentejana ou pelas vinhas do Pico, cultivadas em chão de lava negra e protegidas por muros, junto ao mar. Por isso é com a maior naturalidade que ambos os mundos se cruzam criando dinâmicas ligadas ao lazer e às actividades associadas à cultura do vinho. Porém, apesar de todo um património e tradições neste campo, só a partir dos anos de 1990 é que enoturismo se começou a desenvolver e a ser visto como uma actividade estratégica para o país. Até essa altura o turismo associado ao vinho não ia muito mais além das tradicionais visitas às caves mais emblemáticas (sobretudo às do vinho do Porto, em Vila Nova de Gaia) e a algumas quintas e solares.

Desde então a actividade cresceu, ganhou novas valências e começou a contribuir como um factor de desenvolvimento e de dinamização, sobretudo, do meio rural. As regiões vitivinícolas criaram rotas dos vinhos e geraram sinaléticas e materiais de comunicação apelativos para as divulgar. E os produtores associaram-se, desenvolveram condições para visitas aos seus espaços e conceberam programas de actividades atractivos. Uns de carácter mais lúdico, dirigidos a um público geral, outros mais especializados, destinados a grupos de enófilos que cada vez mais começavam a viajar com o intuito de aperfeiçoar o seu conhecimento na matéria e para conhecerem os bastidores desta sua paixão.

Assim nasceram actividades diversas, desde provas, participação nas vindimas ou no processo de vinificação, passando por encontros gastronómicos. Em paralelo, alguns destes produtores investiram na construção de novas adegas, já não apenas com preocupações funcionais mas igualmente arquitectónicas. Recorrer a figuras de prestígio neste campo estava na moda e o investimento era compensado pelo retorno em termos de imagem. No fundo seguia-se uma tendência vinda de fora, do qual o projecto de Frank O. Ghery para o Hotel Marquês de Riscal, na região de Rioja, Espanha, era o exemplo mais emblematico.

Também se adaptaram, ou construíram de raiz, quintas e herdades e pequenas unidades hoteleiras rurais. Esta aposta tem funcionado como um complemento ao negócio do vinho, e, também, como um factor importante na divulgação da sua imagem, tal como no contacto directo com os próprios consumidores. Contudo, o desenvolvimento do enoturismo fez com que muitos projectos seguissem um caminho próprio e a via de profissionalização - mesmo quando ligados a produtores. Na sequência do sucesso e do potencial que é reconhecido nesta área surgiram, igualmente, projectos hoteleiros de temática vínica, como o The Yeatman (Gaia) ou o L’And & Vineyards (Montemor-o-Novo), bem como o desenvolvimento dos cruzeiros fluviais, nomeadamente no rio Douro, onde todos os dias sobem e descem parte do leito várias embarcações hotel.

Por último, as tendências mais recentes passam pelos Spas (em hotéis) que oferecem tratamentos de vinoterapia e por diversas actividades associadas à natureza, aventura, desporto e às actividades da terra explorando, neste caso, outras vertentes das propriedades, como a produção agrícola biológica ou a criação de animais de raças autóctones. Este último aspecto tem colocado vinhos e gastronomia lado a lado, de uma forma ainda mais efectiva, atraindo um nicho de consumidores cada vez mais interessado no modo de fazer e no aprofundamento dos seus conhecimentos - levando operadores a oferecerem programas que incluem actividades culinárias e cursos de vinhos, por exemplo. No fundo já não se trata apenas da oferta daquilo que está directamente ligado ao vinho e à vinha, mas, igualmente, da oferta de todo um conjunto de experiências associadas com uma componente de lazer e bem-estar.

Seleccionámos exemplos do enoturismo das principais regiões vitivinícolas de Portugal, que não deve perder: de hotéis rurais a contemporâneos, de quintas tradicionais a adegas de arquitectura moderna, das tradicionais caves do Vinho do Porto às da Madeira. 

MADEIRA: Blandy’s Wine Lodge
O Vinho da Madeira é um dos grandes vinhos generosos do mundo e a Blandy’s a sua principal referência. No centro do Funchal este produtor abre as portas da sua histórica adega Blandy’s Wine Lodge, construída em 1840, e que é, há muito, um ponto de passagem obrigatório para quem visita a ilha. A história da família, que chegou à região há mais de 200 anos, confunde-se com a própria narrativa do Vinho da Madeira e se ao turista comum poderão interessar, sobretudo, os dados históricos, práticas e costumes, ao enófilo é dada a possibilidade, também, de ficar a saber o essencial sobre as características e os diferentes tipos de vinho, as castas com que são produzidos, bem como o perfil de cada uma das marcas do produtor. No museu do Blandy’s Wine Lodge encontrará ainda alguns artefactos interessantes como cartas de Winston Churchill ou o lagar de madeira mais antigo da região, datado do século dezassete.

O edifício, onde ainda hoje são guardados 650 tonéis e barricas de vinho, que envelhecem pelo método tradicional de canteiro, alberga ainda a garrafeira da família. Se tiver sorte e algum poder de persuasão pode ser que consiga que lhe mostrem esse espaço, na cave, protegido por paredes grossas e repleto de vinhos que descansam há dezenas, por vezes centenas, de anos. No final da visita poderá provar alguns dos vinhos do portfolio da casa no bar, ou adquiri-los na loja, onde encontrará, igualmente, toda uma linha de merchandising, acessórios, bem como outros produtos da região. Próximo do local a Blandy’s dispõe ainda de quatro apartamentos remodelados e equipados para alugar, num edifício do século dezassete onde viveu o primeiro membro da família. M.P.

Contactos: Caves: Avenida Arriaga 28, 9000-064 Funchal, Madeira; Tel: 291 228 978; email:pubrel@madeirawinecompany.com; Internet: blandyswinelodge.com
Horários: 2F a 6F, das 10:00 - 18:30 e Sábados, das 10:00 - 13:00. Fecha aos Domingos e feriados. Mediante contacto prévio é possível agendar visitas de grupo (mínimo de 10 pessoas) fora do horário normal // Apartamentos: Rua de São Francisco, nº8, 9000-050 Funchal, Madeira : Tel: 963 022 060


ALENTEJO: L’And Vineyards
O L’And Vineards, em Montemor-o-Novo (Alentejo), a cerca de uma hora de Lisboa, é um projecto, imobiliário e de hotelaria, de temática ligada aos vinhos, com atributos especiais. Por exemplo, cada proprietário de uma das villas deste wine resort de arquitectura moderna tem uma pequena vinha a partir da qual se pode fazer membro do Wine Club e produzir o seu próprio vinho na moderna adega da propriedade, sobre a orientação de um enólogo. Já na parte hoteleira, os clientes desta unidade, que se desenvolve em torno de vinhedos próprios e de um lago com vista para o castelo de Montemor, podem usufruir de todas as comodidades de um pequeno hotel de charme, com piscina exterior e interior e um spa com tratamentos de vinoterapia. Entre as 22 suites, destacam-se 12 sky suites com pátio, uma pequena piscina privada e quarto com uma cobertura que abre totalmente e que permite observar o céu do Alentejo.

O hotel proporciona ainda toda uma série de acções ligadas aos vinhos, desde cursos, a visitas às adegas da região, ou mesmo a participação em vindimas na sua época. Outro dos grandes atractivos do resort é o restaurante L’And, chefiado por Miguel Laffan. O chef português apresenta aqui uma cozinha de autor, contemporânea, de base portuguesa, com influências regionais, mas igualmente aberta a outras influências, nomeadamente do sudoeste asiático. A qualidade dos produtos com que trabalha, a forma segura e criativa de como os conjuga tem-lhe valido o reconhecimento, quer dos clientes quer de entidades como o Guia Michelin, que na última edição para Portugal e Espanha lhe atribuiu a sua primeira estrela Michelin. O restaurante possibilita ainda que os membros do Wine Club (que não têm necessariamente de ser proprietários de casa no resort) possam ter os seus vinhos na garrafeira do local e assim poderem servi-los à refeição. M.P.

Contactos: Estrada Nacional 4, Herdade das Valadas, Montemor-o-Novo (Évora). Reservas Hotel: L’AND Vineyards; Tel: +351 266 242 400; e-mail: reservas@l-and.com ou info@l-and.com ; Internet: www.l-andvineyards.com

ALENTEJO: Herdade dos Grous
Nesta herdade alentejana abundam espaço, sossego e actividades para quem não for capaz de ficar apenas a apreciar o tempo a passar devagar. Com cerca de 600 hectares que incluem vinha, barragem (98 hectares), explorações hortofrutícolas e gado, a Herdade dos Grous, em Albernoa, a 17km de Beja, é uma propriedade que comporta uma vertente de turismo rural com todos os confortos de acomodamento de um bom hotel (tem 22 quartos e é operado pelo Vila Vita Parc, um dos mais exclusivos resorts do Algarve) e vários espaços que permitem acolher reuniões e eventos até um máximo de 50 pessoas. Entre as várias valências da propriedade, que inclui ainda duas piscinas e um centro hípico, o enoturismo é uma das actividades que mais se destaca, ou não fosse a Herdade dos Grous, igualmente, uma das marcas de vinhos de referência do Alentejo.

Neste campo, além das provas de vinhos, do acompanhamento de todo o processo de produção e a participação nas vindimas (na sua época), os hóspedes e visitantes poderão deliciar-se, na adega, com um almoço de pratos regionais confeccionados com produtos oriundos do local, como borrego, vitela, azeitonas, laranjas, diversos vegetais e, como não poderia faltar, o vinho. A Herdade dos Grous possui ainda um wine bar, onde se podem provar várias referências da sua produção acompanhadas de petiscos regionais, bem como uma esplanada panorâmica, com serviço de bar, restaurante e banquetes (até 120 pessoas). No local existe ainda uma loja com produtos da herdade, como o azeite, biscoitos, compotas, tisanas e, claro, toda a gama de vinhos da casa. M.P.

Contactos: Herdade dos Grous, Albernôa, Beja – Alentejo; Tel: (+351) 284 960 000 email: herdadedosgrous@vilavitaparc.com; internet: www.herdadedosgrous.com. Visitas guiadas e provas de vinho, diariamente das 09h00 às 18h00. Programas especiais para grupos, mediante reserva.

ALENTEJO: Herdade da Malhadinha Nova
Quando em 1998 a família Soares começou a transformar a propriedade, a Herdade da Malhadinha Nova (HMN), em Albernôa, (Beja – Alentejo) não era mais do que um conjunto de ruínas e terras abandonadas. Hoje, o projecto inclui 27 hectares de vinhas bem cuidadas, criação de gado de raças autóctones em ambiente livre, uma coudelaria e um moderno centro de vinificação. A Malhadinha Nova Country House & Spa, é outra das componentes da herdade. Trata-se de um elegante hotel rural de traça alentejana, ao estilo contemporâneo, com sete quartos, três suites, piscina e spa. Esta unidade situa-se num ponto mais distante da propriedade para que os seus hóspedes possam usufruir do local com toda a comodidade e sossego.

A rapidez com que a Herdade da Malhadinha Nova se afirmou no mercado dos vinhos deve-se muito ao conceito familiar definido e à aposta num projecto de qualidade. Essa personalidade, executada com profissionalismo, está bem patente em todo o local, quer numa simples visita à adega, seguida de prova, ou quando se desfruta de um programa mais longo que inclui estadia no hotel e uma das várias experiências temáticas. Neste campo destacam-se as actividades à volta do vinho e da gastronomia e que poderão incluir, num fim-de-semana prolongado, por exemplo, uma visita guiada à propriedade, um curso de iniciação à prova (com o enólogo da casa), jantares vínicos e workshops temáticos de cozinha e de conjugações com vinhos. De destacar ainda o restaurante que conta com o apoio de Joachim Koerper (chefe do Eleven, em Lisboa - 1 estrela Michelin) e onde dá cartas, no dia-a-dia, Vitalina Santos, uma cozinheira de tradição e boa mão. M.P.

Contactos: Herdade da Malhadinha Nova, Albernoa, Beja – Alentejo ; Telefone Hotel (+351) 284 965 432 / 429, Adega (+351) 284 965 210 / 211
Restaurante (+351) 284 965 210 / 211 ; email: geral@malhadinhanova.pt ; internet: www.malhadinhanova.pt. As visitas decorrem de 2F a Sábado entre as 10h e as 18h.


PORTO/GAIA: Espaço Porto Cruz
Da margem de Vila Nova de Gaia onde se situam as majestosas caves do vinho do Porto é impossível não observar a beleza da cidade do Porto a erguer-se na outra margem rio pelo morro acima. Um dos melhores lugares para se poder apreciar essa paisagem urbana que remonta ao século XVIII é no último piso do Espaço Porto Cruz. Mas se só por essa vantagem já valeria a pena visitar este centro multimédia que a empresa de capitais franceses Gran Cruz abriu em 2012, há muitas outras que justificam o investimento de umas horas no seu interior.

Primeiro porque experimenta-se ali o desafio de falar de um vinho antigo através do recurso à interactividade das novas tecnologias, que tanto atraem adultos como crianças. Há jogos que convidam a descobrir os diferentes estilos de vinho do Porto, ou filmes que traçam a rota da sua produção nas encostas do vale do Douro e que enquadram os principais passos da sua enologia. Depois, o Espaço Cruz vale também a pena porque numa das suas salas há oportunidade de provar Porto (com chocolates ou com queijos, se houver marcação prévia), conhecer melhor as suas facetas e comprar exemplares de datas diferentes. Finalmente porque num dos seus pisos está aberto o DeCastro, restaurante do conhecido chef portuense Miguel Castro Silva, que propõe menus ajustados aos vinhos do Douro, incluindo o Porto.

Não, no Espaço Porto Cruz não há pipas com na maioria das caves do vinho do Porto. Mas essa singularidade é um dos seus principais trunfos. Porque afinal é possível falar de um vinho histórico pelo recurso às tecnologias e a formas mais modernas e apelativas de ver e sentir o vinho do Porto. M.C.

Contacto: Espaço Porto Cruz, Largo Miguel Bombarda, n.º 23, Vila Nova de Gaia. Telefone: (351) 220925340. Email: geral@myportocruz.com. http://www.myportocruz.com/. Horários das visitas: terça a domingo, das 11h00 às 19h00; horário das provas: terça a domingo das 11h15 às 18h00.

PORTO/GAIA: Graham’s 1890
A família Symington não gosta de separar as suas memórias da história do vinho do Porto que vive e partilha desde que o primeiro membro do clã, Andrew James, deixou a Escócia para se fixar no Porto em 1882. Memória e identidade são por isso traços fundamentais do espaço de enoturismo que o grupo familiar abriu recentemente nas velhas caves Graham’s. A memória exprime-se logo na sala de entrada no espaço Graham’s 1890 (a data de construção do edifício), onde um núcleo museológico nos leva até alguns dos artefactos usados na vinha e no vinho, para mapas e plantas de quintas, fotos históricas ou diários e cartas assinadas por diferentes gerações de membros da família. Vale a pena reparar com cuidado num relógio de ouro Patek Philippe, de 1887, que pertenceu à rainha D. Maria Pia e que, mais tarde, foi comprado num leilão por Andrew James e oferecido à sua esposa Beatrice.

Na zona das caves experimenta-se o ar misterioso, feito de silêncio e penumbra, que envolve os cascos de vinho do Porto em processo de envelhecimento. Na Graham’s 1890 são cerca de 2000, e não estão ali como peças de museu. Quando se atravessam, é normal encontrar os adegueiros nas ruas rotinas. Numa das salas reservadas mostra-se uma garrafeira tradicional, onde os vintage da casa amadurecem ao longo de décadas. Aqui e ali, placards acrescentam informações sobre o Douro e o vinho do Porto. Daqui, passa-se à terceira etapa da visita. Para uma série de salas onde há provas, que vão desde os Porto mais correntes até experiências mais sofisticadas com vinhos mais velhos, incluindo vintages – esta experiência decorre numa sala belíssima, cheia de quadros e livros gigantescos com registos centenários das exportações de vinhos. Nesta área, oportunidade para comprar Porto ou vinhos do Douro produzidos pelo grupo Symington (Dow’s, Graham’s, Warre, Vesúvio, por exemplo). Para acabar em grande a visita a esta unidade de enoturismo, pode passar pelo Vinum, um restaurante que se tornou uma referência na zona do Porto. MC

Contactos: Caves Graham’s 1890, Rua Rei Ramiro, 514, Vila Nova de Gaia. Telefone: (+351) 223776484. Email: grahams@grahamsportlodge.com. http://www.grahams-port.com/visit-grahams-lodge/information. Visitas entre as 9h30 e as 17h30. Provas permanentes na sala principal e provas de vinhos de topo de gama na sala Vintage.

DOURO: Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo
No Douro, há centenas de quintas, propriedades que, no conceito tradicional, são compostas de vinhas, casa dos proprietários, adega e outros anexos. É um património arquitectónico e paisagístico formidável, no qual está escrita uma parte da história das gentes e dos vinhos da região, mas só há menos de uma década é que algumas dessas quintas começaram, finalmente, a abrir-se aos visitantes e ao enoturismo. Uma das pioneiras foi a Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, propriedade da família de Américo Amorim, que, em 2005, inaugurou o primeiro hotel vínico do país, a partir de uma reconstrução da antiga casa senhorial oitocentista. Em 2012, a revista Celebrated Living, da companhia aérea American Airlines, elegeu a Quinta Nova como “uma das nove adegas a não perder no mundo”, colocando-a ao lado de adegas como o Château Cheval Blanc (Bordéus). No mesmo artigo, a Quinta Nova é apresentada como o local ideal para “comer, dormir e sonhar com vinhos”.

Além de adega e sala de provas, o hotel Rural da Quinta Nova possui 11 quartos com vista para a vinha ou para o rio Douro, piscina e um restaurante vínico, aberto diariamente. O acesso de carro não é fácil, mas é possível chegar à quinta de barco, comboio e helicóptero. Depois de lá estar, não apetece sair. A paisagem é deslumbrante, o hotel é muito acolhedor e não faltam percursos para caminhadas e recantos cheios de romantismo e história para descansar ou fazer piqueniques, como alguns imponentes pomares em xisto. Além do mais, a comida é feita à medida dos apetites do hóspede (a quinta tem um restaurante próprio, o Conceitus, aberto diariamente) e os vinhos são magníficos. P.G.

Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, Covas do Douro – Portugal. TM: +351 969 860 056; Tel.: +351 254 730 430; Fax: +351 254 730 431; Email: hotelquintanova@amorim.com; www.quintanova.com. GPS: N 41º 09’ 42,88’’; W 0º? 35’ 44,59’’

DOURO: Quinta do Seixo
Uma das imagens ligadas ao vinho do Porto mais conhecidas no mundo é a do misterioso “Sandeman Don”, uma espécie de Zorro vestido com uma capa negra de estudante de Coimbra e “sombrero” típico da região espanhola de Jerez. Este ícone, pintado em 1928 por George Massiot Brown, simboliza a ligação histórica da companhia Sandeman aos vinhos do Porto e Xerês e ocupa hoje um lugar especial na Quinta do Seixo, uma das mais belas e panorâmicas propriedades do Douro, com 71 hectares de vinha. Na posse da Sogrape desde 1987, a quinta foi requalificada em 2007 para o enoturismo, com um investimento de 7,5 milhões de euros na construção de um moderno centro de vinificação e de visitas, passando a ser a “casa” da marca Sandeman. Situada na margem esquerda do rio Douro, mesmo junto à estrada que liga o Pinhão à Régua, a Quinta do Seixo proporciona uma das mais prodigiosas visões da paisagem duriense, disponibilizando um circuito turístico que leva os visitantes a conhecer as vinhas, a adega e garrafeira. As visitas contam com sofisticados equipamentos multimédia que explicam todo o ciclo de produção do vinho e um pouco da história do Douro e terminam sempre com uma prova de vinho do Porto numa sala aberta sobre o vale. Graças à sua extraordinária localização e à aposta no enoturismo, a Quinta do Seixo é hoje a grande montra da Sogrape no Douro e uma das principais salas de visita da região. P.G.

Quinta do Seixo, Valença do Douro-Tabuaço; Tel: +351-254 732 800; Fax: +351-253 732 349; visitas.seixo@sandeman.eu, www.sograpevinhos.com/visitas/cave/4

VISEU: Casa da Ínsua
Na obra “Os Mais Belos Palácios de Portugal”, Júlio Gil descreve o Solar dos Albuquerques, actual Casa da Ínsua, como “uma das mais belas e importantes residências portuguesas edificadas nesses tempos - século XVIII”. É com este peso que se chega a Penalva do Castelo, distrito de Viseu, e ainda que os riscos de desilusão sejam grandes perante fasquia tão elevada, a Ínsua não decepciona.

Visitar este hotel de charme de cinco estrelas é embarcar numa aula de História, improvisada entre os muitos recantos deste espaço construído por Luís de Albuquerque em pleno século XVIII, no período em que foi governador de Cuiabá e Mato Grosso, no Brasil, após nomeação do Marquês de Pombal. O edifício reaberto há cerca de cinco anos, depois de uma profunda remodelação, mantém a imponente fachada e apresenta um interior de decoração barroca que transporta os visitantes para o país de outros tempos e lhes conta um pouco sobre o estilo de vida da nobreza da época. Este museu improvisado chegaria, mas o Grupo Visabeira decidiu ir mais longe: numa parceria com o Museu Nacional de Arte Antiga, abriu em 2013 um núcleo museológico que muito diz sobre as relações luso-brasileiras nesse século.

À casa de estilo barroco, aos jardins (o sofisticado francês e naturalmente belo inglês), à piscina e aos 31 quartos e cinco apartamentos majestosos junta-se ainda uma enorme quinta envolvente que integra a região do Dão.

Dos 30 hectares de vinha cultivados, cinco são de uvas brancas (com Arinto ou Malvasia Fina, Semillon e Encruzado) e os restantes 25 tintas (Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen). Na Ínsua há ainda, desde 2006, espaço para os rosés e espumantes.

Nesta espécie de hotel-museu há ainda diversos programas extra para os hóspedes, como a participação nas vindimas, entre Setembro e Outubro, e em provas de vinhos, com a orientação dos enólogos da casa. Além disso, é possível acompanhar a produção dos vinhos, dos queijos, entre Novembro e Junho, e das compotas caseiras, durante todo o ano. Basta marcar previamente. M.C.P.

Contactos: 3550-126 Penalva do Castelo - Viseu; Telefone Hotel: (+351) 232642222; Reservas: (+351) 232420000. Email: casadainsua@visabeiraturismo.com; Internet: www.casadainsua.pt. Visitas feitas por marcação.

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