Fugas - hotéis

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Pestana CR7 aterra no coração da cidade de Lisboa

Por Francisca Dias Real

Os hotéis Pestana CR7 primam pelo uso de alta tecnologia em todas as instalações, dirigindo-se sobretudo aos millennials.

No cruzamento da Rua do Comércio com a Rua da Prata, mesmo na esquina, ergue-se, num edifício típico da baixa pombalina, o mais recente projecto hoteleiro do grupo Pestana: o Pestana CR7 Lisboa.

A primeira das quatro unidades hoteleiras previstas pela nova marca Pestana CR7 Lifestyle Hotels abriu no Funchal, no primeiro dia de Julho, seguindo-se agora a de Lisboa. Madrid e Nova Iorque – as outras duas cidades que vão receber hotéis do grupo – serão concretizadas em 2017.

Na capital portuguesa, são 82 quartos e uma suíte que vão ficar à disposição do público já na próxima terça-feira, dia em que o Pestana CR7 Lisboa abre portas.

No hall, a demarcar a pequena mesa que serve de recepção, está desenhado no chão de mármore um cronómetro, detalhe que foi identificado à Fugas como sendo uma exteriorização da obsessão de Cristiano Ronaldo com a velocidade.

Não há nada que fisicamente separe o lounge, restaurante, recepção e bar, um conceito de partilha que é imposto logo a partir do momento em que passa das portas de entrada. “O nosso conceito base é a partilha dos espaços, não há espaços delimitados. A ideia é os hóspedes interagirem o máximo entre eles e com o staff, e tudo isso está muito virado para o sharing, uma mentalidade dos millennials”, afirmou José Roquette, administrador do grupo hoteleiro para a área de Desenvolvimento, na apresentação do hotel à imprensa.

Ora, é para a geração millennials – as pessoas nascidas entre 1980 e 2000 – que o grupo Pestana pretende virar a sua atenção com a nova parceria com Cristiano Ronaldo, que se oficializou na criação de uma marca hoteleira própria.

Os millennials privilegiam as comunicações digitais e a constante conexão à Internet e é com base nisso que, tal como o Pestana CR7 no Funchal, a aposta na tecnologia é colocada no topo das prioridades. “Este é um novo conceito cheio de gente jovem. É o mundo virtual e tecnológico ligado a um lado humano e é assim que se vive com as pessoas conectadas a partilharem experiências, sempre ligadas”, justificou Miguel Plantier, director do Pestana CR7 Lisboa.

Contrariamente à unidade hoteleira madeirense da mesma marca, que tem uma grande presença da figura de Cristiano Ronaldo – desde os espelhos da casa de banho às ilustrações acima da cabeceira –, o hotel em Lisboa prima por uma maior sobriedade. Segundo José Roquette, a construção e respectiva decoração dos hotéis será adaptada à cidade em que cada unidade hoteleira se instalar. Desta forma, o Pestana CR7 Lisboa molda-se a um estilo urbano, sofisticado e, simultaneamente, acolhedor.

Os quartos, disponíveis a partir dos 250€, estão divididos pelas categorias CR Rooms, CR Superior Rooms, CR Superior Corner Rooms, CR Superior Rooftop e a única suíte do hotel. Também devido à própria arquitectura, as divisões não têm áreas muito grandes e todo o espaço é aproveitado para colocar algum pormenor.

Quase minimalistas, os quartos conjugam os tons de azul e verde em contraste com os tapetes avermelhados onde Cristiano Ronaldo deixou a sua marca. São sete passadas de chuteira que se encontram nos tapetes, imprimidas a partir de um sprint real do jogador.

Em todos os quartos a tecnologia não é esquecida, muito pelo contrário. Acesso à Internet de alta velocidade, carregadores duplos de USB, televisões HD, Apple TV e sistemas de streaming, sendo possível aos hóspedes ligarem os dispositivos móveis à televisão e aos speakers via Bluetooth.

Da entrada para os pisos superiores, quer vá de elevador quer vá de escadas, não conseguirá fugir a uma experiência proporcionada, uma vez mais, pela tecnologia associada ao craque português e ao mundo futebolístico. O simples acto de subir as escadas pode transportá-lo para um estádio de futebol – isto se escutar com atenção. Vai reparar que a cada passo se ouve a euforia dos adeptos do campo activada através de sensores nos degraus da escadaria.

Para os mais preguiçosos, o elevador, além de viajar andar acima, andar abaixo, viaja também no tempo. Através de um painel touchscreen podemos visitar a infância de Ronaldo, passando depois pelos vários clubes onde o jogador já actuou, acabando no presente 2016.

A decoração esteve a cargo de Jaime Morais, arquitecto brasileiro que já trabalhou com o grupo Pestana em vários projectos, incluindo a Pousada de Lisboa, a dois passos deste novo estabelecimento hoteleiro.

Brevemente, a cadeia de hotéis vai lançar uma aplicação onde será possível fazer reservas, consultar informações e adquirir serviços extra referentes ao hotel, como é o caso dos passeios em tuk tuk ou os serviços de concierge.

No que à comida diz respeito, não espere o habitual menu divido por “entradas”, “pratos” ou “sobremesas”. A ementa vai estar organizada segundo produtos, para que a refeição funcione numa lógica de partilha – mais um piscar de olho aos millennials.

A cozinha é conduzida pelo chef Rui Martins (que assinava a carta do Hotel Pestana Vintage, no Porto) com a ajuda da norte-americana e sub-chef Melanie. “Vamos trazer o que de melhor se faz em Portugal para a mesa. Vão encontrar coisas completamente banais, mas feitas com muita dedicação”, refere Rui Martins.

A vontade de preservar a típica gastronomia portuguesa mas, simultaneamente, reinventá-la, é um dos focos de quem está à volta dos tachos para poder servir uma geração jovem e exigente. “O nosso conceito passa muito pela partilha, ser cool num ambiente diferente e com boa comida. A comida tem que ter paixão, atitude e personalidade, por mais simples que seja”, acrescenta o chef.

Embora tenham sido apenas anunciadas quatro unidades hoteleiras (Funchal, Lisboa, Madrid e Nova Iorque), José  Roquette também refere que esta será uma parceria para o futuro “no que diz respeito ao crescimento”.  “Esta nova marca está a ajudar a que penetremos em novas cidades. Sem ela, não seria tão fácil. Com a marca CR7 já chegámos à final, porque nos dá uma projecção e uma visibilidade acrescida”, conclui José Roquette.

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