Fugas - Motores

  • Enric Vives-Rubio
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Um familiar muito prático

Por João Palma

Se há um veículo em que o nome não corresponde às suas características, esse é o Skoda Rapid: não, não é um desportivo, mas sim um funcional e espaçoso meio de transporte familiar. Seria mais apropriado chamar-lhe Practic.

A Skoda resolveu designar por Rapid o seu novo veículo de entrada no segmento dos familiares compactos (posiciona-se entre o utilitário Fabia e o Octavia, do patamar superior do segmento C). O Rapid original fabricou-se de 1935 até 1947. Depois, entre 1984 e 1990, o nome foi usado num coupé de tracção traseira. Por fim, em 2011, uma versão do Volkswagen Vento, construída na Índia, foi denominada Rapid.

Ao contrário do que o nome possa sugerir, este novo modelo, irmão gémeo do Toledo (são ambos construídos na mesma fábrica da Skoda, sobre o chassis alongado do Volkswagen Polo), não é um desportivo mas sim uma funcional e espaçosa berlina familiar de três volumes, um veículo low-cost na acepção positiva da palavra. Com a tecnologia e know-how do grupo Volkswagen, em que a marca checa se insere, por preços a partir de 16.650€ (14.950€ no lançamento) é proposto um veículo espaçoso, que pode transportar cinco ocupantes e é dotado de uma mala com 550 litros (1490 litros com os bancos rebatidos), que em veículos do seu segmento e de dimensões similares só é igualada precisamente pela do Toledo.

A Fugas conduziu a versão mais cara do Skoda Rapid, dotada do motor 1.6 TDI de 105cv a gasóleo do grupo Volkswagen e nível de equipamento de topo, Elegance, que tem um preço oficial de 25.000€, mas que no lançamento custa 23.200€. Com este motor, a versão de entrada, Active, custa 22.100€ (19.900€, no lançamento).

Low-cost” na aquisição, “low-cost” nos consumos: com uma média anunciada de 3,9 l/100km, em 400km obtivemos uma média de 6,0 l/100km, mas é de notar que, além de estrada e auto-estrada, cerca de 30% de condução foi em cidade e também apanhámos um engarrafamento em que levámos bem mais de uma hora a percorrer cerca de 5km (antes disso, o computador de bordo indicava uma média de 4,8 l/100km). Para a economia de consumos também contribuem o sistema Start & Stop de paragem e arranque automáticos do motor e o indicador de mudança de velocidade no ecrã do computador de bordo.

O motor é conhecido de outros modelos do grupo Volkswagen e a caixa manual de cinco velocidades também (entre outros veículos é usada no Golf), estando adequados às características do veículo, para proporcionar uma condução sem grandes alardes em termos de performance, mas com potência suficiente para não requerer grande uso da alavanca de mudanças.

Em termos de design, o Rapid tem um visual algo conservador que não suscita grande entusiasmo, até porque a sua silhueta de três volumes não colhe as preferências dos portugueses, que preferem as carrinhas. Mas, acedendo ao interior do carro, as primeiras impressões alteram-se “RAPIDamente”.

Esqueçam-se os preconceitos relativamente ao emblema que ostenta e ao tipo de carroçaria e veja-se este carro de um modo racional. Por dentro tem mais espaço para cinco pessoas que muitos veículos de segmentos superiores. Apesar das linhas mergulhantes do seu tejadilho, a capacidade da mala, de formato regular, é superior à da das carrinhas do mesmo segmento. O portão traseiro de grandes dimensões, cujas dobradiças estão no tejadilho, proporciona fácil acesso e, além de os bancos traseiros serem rebatíveis, nas costas do lugar do meio pode-se abrir um espaço para transportar objectos mais compridos. Em resumo, o Rapid é uma carrinha em forma de berlina, com motor e soluções mecânicas do grupo Volkswagen.

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