Fugas - Motores

James Blonde, ordem para acelerar

Por João Palma

Agrupadas em três ambientes, são mais de 61 mil as combinações para personalizar o Adam.

A  designação dada aos dois tons da pintura do Opel Adam 1.4 Slam de 100cv que conduzimos é I’ll Be Black (preto brilhante, no tejadilho) e James Blonde (amarelo, no corpo), o que se poderia interpretar como “ordem para acelerar”. E, sim! Com 100cv podemos acelerar nesta versão mais potente deste citadino premium… “ma non troppo”. É que, apesar do seu visual, com uma velocidade máxima de 185 km/h e aceleração dos 0 aos 100 km/h em 11,5s, este pequeno veículo não é um verdadeiro desportivo.

Ainda assim, tendo em consideração que este Adam é mais um modelo de charme que um tigre do asfalto, não há grandes razões de queixa quanto às suas performances com o motor 1.4. É vivo nas ultrapassagens, recupera bem e não se atemoriza face a subidas mais inclinadas. No entanto, na condução em estrada sente-se a falta de uma sexta velocidade, que seria mais adequada para aproveitar melhor os 100cv de potência do propulsor que a caixa manual de 5 velocidades com que chega equipado.

Despachando-se bem em estrada e auto-estrada, onde até se porta melhor em curva que em recta devido a alguma sensibilidade a ventos laterais, é na cidade que o pequeno Adam está como peixe na água. Os 3,70m de comprimento e 1,72m de largura, aliados a um diâmetro de viragem de 9,8m, fazem com se consiga esgueirar pelas vielas mais estreitas e sinuosas. O modo City, que torna mais leve a assistência à direcção, também ajuda. Adicione-se um sistema Start & Stop de paragem e arranque automáticos do motor de comportamento irrepreensível e o pack opcional Park Assist (580€, inclui sensores de ângulo morto nos retrovisores exteriores e de estacionamento dianteiro e traseiro com visualização gráfica num ecrã táctil policromático de 7” no centro do tablier) e temos o necessário para uma fácil condução urbana.

Existe, porém, uma serpente no paraíso: os consumos. Há sempre uma diferença para mais entre os consumos anunciados pelas marcas e a realidade, mas numa condução sem exageros obtivemos uma média de 7,6 l/100km, longe da média oficial de 5,1 l/100km. Isto apesar de o Adam vir dotado de tecnologia Eco Flex, com função Eco Drive, que monitoriza e informa o condutor sobre os consumos, indicando ainda o momento ideal para se engrenar uma mudança.

Não se distinguindo em termos de performances, consumos ou até habitabilidade (bastante reduzida atrás e com uma mala de apenas 170 litros), há um ponto onde o Adam marca a diferença: a capacidade quase infinita de o individualizar. Em vez de níveis de equipamento, tem estilos: Jam (prático e jovial), Glam (elegante) e Slam (desportivo). E se há um veículo a que alguém possa chamar “o meu carro” é este: mais de 61 mil combinações diferentes de decoração do exterior e cerca de 82 mil no interior podem fazer de cada Adam um caso único.

Este é o primeiro modelo do subsegmento A premium da marca alemã, com o ADN da Opel mas identidade própria e um visual inconfundível, embora tenha ido beber alguma inspiração a outros citadinos premium (o que não é necessariamente negativo).

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