+ Qualidade percebida, conforto na condução, performances aceitáveis com economia de consumos
- Preço inflacionado pelo equipamento que é importante mas é pago à parte
O BMW série 1 114d de três portas e cinco lugares é o modelo de entrada dos carros a gasóleo da marca alemã. Dotado de um económico motor 1.6 de 95cv, tem um preço-base de 25.725€. Porém, frise-se que este preço é literalmente de base – na prática, para se ter um veículo minimamente funcional há que gastar mais alguns milhares de euros.
No caso do veículo que conduzimos, dotado da BMW Line Sport e de outros extras, mais 6900€, dos quais 1803€ por este modelo vir dotado com a BMW Line Sport (um modo de condução Sport + extra, jantes de 17’’, volante em pele, uns bancos desportivos e apoio de braço).
Como já foi várias vezes sublinhado pela Fugas, a qualidade percebida (e não só…), a mecânica, os materiais, os acabamentos e o equipamento de todos os veículos do grupo BMW (Mini incluído) são sempre de um nível premium. O pior é o facto de a marca bávara se valer disso para praticar uma política de preços em que o custo-base de qualquer dos seus modelos cobre praticamente apenas bancos, motor, volante e carroçaria: com a honrosa excepção do equipamento de segurança, que é praticamente todo de série (e mesmo nesta área há coisas ridículas, como o aviso sonoro de colocação de cintos do carro que conduzimos ser opção e custar 32€!), quase tudo o mais é pago à parte. Isto é, quem desejar adquirir um modelo do grupo BMW deve sempre contar com alguns milhares de euros a adicionar ao preço anunciado.
Ainda assim, o 114 d com três portas é o mais acessível dos veículos da BMW a gasóleo, mantendo a qualidade de materiais e de acabamentos que é apanágio de uma marca premium.
O motor 1.6 TwinPower Turbo com 95cv surpreende pela competência para deslocar os cerca de 1400kg do carro e até parece que tem mais cavalos do que os atestados pelo livrete, para o que contribui o facto de o binário máximo de 235 Nm ser atingido logo às 1500 rpm. Está acoplado a uma bem escalonada caixa de seis velocidades que, no entanto, é algo dura de manusear, em especial quando se quer engrenar a marcha-atrás. Vem equipado com pneus run flat à prova de furo, dispensando o pneu sobresselente. Mas, devido à sua construção mais rígida, os pneus run flat são menos confortáveis e penalizam os consumos. Ainda assim, os engenheiros da BMW conseguiram que este 114d tenha um bom amortecimento, mesmo nos dois modos de condução mais desportiva e que, simultaneamente, seja muito estável em curva com uma adornagem mínima.
Quanto a consumos, num percurso misto que incluiu alguns quilómetros em estrada de montanha no modo Sport, obtivemos uma média de 5,7 l/100km – isto é, em auto-estrada plana, a 120 km/h, é fácil fazer médias a rondar os 5,0 l/100km. Para a versão-base, com jantes de 16’’, a BMW reclama um consumo médio de 4,1 l/100km. O carro que conduzimos, com jantes de 17’’, tem 4,3 l/100km de média oficial.
Este BMW 114d dispõe de sistemas Start/Stop e de recuperação de energia de travagem para economia de consumos e tem quatro modos de condução, seleccionáveis por um botão na consola central perto da alavanca de mudanças: o regular Comfort, o economizador Eco Pro e os desportivos Sport e, nos carros com a BMW Line Sport, Sport +. A posição de condução é boa, com uns envolventes bancos desportivos e um apoio de braço muito confortável que não interfere com o manuseamento da alavanca de velocidades. E o espaço para os cinco ocupantes, não sendo o melhor do segmento, é aceitável.