O Škoda Octavia da 3.ª geração está maior por fora e mais espaçoso por dentro que o Škoda Octavia II, que já se distinguia em termos de espaço no habitáculo e capacidade da mala. Conduzimos a versão berlina de três volumes, um formato de carroçaria que não é o favorito de grande parte dos portugueses, que prefere a carrinha (um pouco mais cara que a berlina). E, no entanto, esta berlina, pese embora a sua silhueta, tem mais as características de um hatchback de cinco portas, tamanho XXL.
Os modelos da marca checa, no geral, não se distinguem pelo design (apesar de ser de ressalvar o esforço nesse sentido nesta nova geração), mas em termos de funcionalidade e racionalidade são difíceis de superar. É como certos modelos masculinos ou femininos que nos fazem virar a cabeça e suscitam entusiasmos momentâneos, mas quando se trata de escolher o par para uma vida em comum são outros os valores que entram em jogo.
É o caso do novo Octavia – não é feio; longe disso. Mas apesar das melhorias no design face à anterior geração, não é um carro que se distinga entre outros. Também não se procurem inovações tecnológicas. Porém, no que toca a funcionalidade, fiabilidade e economia de consumos, este modelo combina espaço interior e soluções simples para facilitar a vida a condutor e ocupantes, com a tecnologia, mecânica e motorizações do grupo Volkswagen. Aliás, este é o caso de um veículo em que é difícil encontrar pontos negativos a apontar na rubrica Barómetro destas páginas.
A berlina que conduzimos, com o nível superior de equipamento, Elegance, e construída sobre a nova plataforma modular MQB do grupo Volkswagen estreada no Golf, trazia o motor 1.6 TDI de 105cv que equipa outros modelos do grupo, como o Golf ou o Audi A3, acoplado à caixa DSG de dupla embraiagem e sete relações. Esta caixa (com opção de comutação manual das velocidades) representa um sobrecusto de 2550€, mas tem performances praticamente idênticas às da caixa manual de cinco velocidades e origina uma condução muito mais confortável. Grande parte dos condutores portugueses ainda torce o nariz às caixas automáticas, mas as versões modernas destas não se comparam às anteriores, que eram lentas a reagir em recuperações e ultrapassagens e consumiam muito mais que as caixas manuais.
Para além disso, o veículo que conduzimos vinha equipado com selecção dos modos de condução, podendo-se optar no ecrã táctil entre Normal, Eco, Sport ou Individual (personalização do comportamento do motor, transmissão, direcção, climatização, etc.). Entre os modos Normal e Eco, as diferenças em comportamento não são muito marcantes, sendo aconselhável o último para conseguir consumos mais eficientes. Já no modo Sport, a resposta é muito mais rápida e o carro ganha vivacidade, mas, claro, com penalização dos consumos. Ainda assim, mesmo no modo Eco o carro responde satisfatoriamente às manobras do volante e ao pisar do acelerador.
Onde este Škoda Octavia com o motor 1.6 TDI de 105cv e caixa DSG se distingue é nos consumos: num percurso misto, obtivemos uma média de 5,1 l/100km (e de notar que o carro tinha poucos quilómetros, pelo que, com o tempo os consumos ainda se irão reduzir mais). Com caixa manual os consumos seriam idênticos.