Fugas - Motores

  • Nuno Ferreira Santos
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Espírito dinâmico em corpo elegante

Por Carla B. Ribeiro

A Audi vestiu o A3 com uma versão compacta de três volumes. O resultado, com o bloco diesel de dois litros, é um carro tão divertido de conduzir quanto útil no dia-a-dia de uma família.

“Espaço, ergonomia e habitabilidade.” Foram estas as palavras-chave usadas pela Audi na apresentação do modelo para descrever a Limousine do A3, que ocupa o vazio entre o A3 Sportback e o A4, com o objectivo de conquistar a fatia de mercado das viaturas compactas Premium. Depois de algumas voltas, é fácil comprovar qualquer dos atributos destacados. Mas há um “desde que”. Por isso, vamos lá: desde que os ocupantes do banco traseiro sejam crianças ou então adultos que não se destaquem pela altura.

As dimensões são, aliás, uma das grandes diferenças entre este A3 Limousine e o A3 Sportback. Ainda que a distância entre eixos tenha sido mantida, o primeiro é mais comprido, mais largo e mais baixo. Factores que lhe conferem dinamismo e, com o bloco de 150cv, performances desportivas, mas que, por outro lado exigem algum cuidado com as cabeças na hora de um adulto entrar para o banco de trás, efeito causado pela franca queda da linha do tejadilho logo pouco depois do pilar B e terminando no pilar C.

Pelo contrário, os miúdos arranjam-se sem dramas: a baixa altura ao solo facilita-lhes as entradas e saídas. Quanto ao conforto, praticamente sem nódoa: acomodados nos lugares traseiros, uma viagem longa faz-se sem reclamações.

Nos lugares dianteiros, não é só o conforto que é de louvar. O facto de se estar num carro Premium é evidente nos materiais usados, quer através do olhar quer do toque, assim como nos mais ínfimos detalhes – o pesponto à vista, os cromados que fazem o debruado dos mostradores ou um ecrã para o infoentretenimento (inclui Audi Connect com acesso às redes sociais assim como informação sobre parques de estacionamento – onde, se tem lugar livre, quanto custa), que se esconde assim que se desliga o motor.

Mas as suas mais-valias serão mais óbvias a quem seguir aos comandos, sobretudo no nível de equipamento Sport testado, que inclui o sistema Audi Drive Select (condução em modos Confortável, Automático, Dinâmico ou Individual, que permite a personalização da forma de guiar a cada momento, nomeadamente alterando a suspensão).

Além do mais, servido por uma direcção electromecânica, a sua resposta chega a surpreender, sobretudo a partir de uma determinada velocidade e quando se tem de enfrentar uma curva mais apertada. Beneficiando do bloqueio electrónico transversal do diferencial, que trava a roda dianteira de dentro, o carro mantém a linha de trajectória que lhe desenhamos sem qualquer hesitação. Depois, a travagem – eficaz e em tempo útil. E, com o sistema Pre Sense Front, que faz parte do útil Adaptive Cruise Control, trava mesmo sozinho no caso de detectar um obstáculo à sua frente. Isto, desde que se siga a menos de 30 km/h, o que, testámos, é particularmente útil em situações de “pára-arranca” do trânsito citadino. Caso o embate não seja evitável, entra então em acção o Multicollision Brake Assistant, que impede o arrastamento do carro após o primeiro choque, evitando ou minimizando um choque em cadeia.

Há ainda um facto determinante para evidenciar o seu carácter desportivo: o baixo peso, conseguido com uma construção a aço quente e alumínio. O A3 Limousine consegue assim boas prestações na hora de acelerar ou de recuperar, não sendo um abusador na hora de abastecer o depósito, embora bastante longe das médias reclamadas pela marca. A Audi fala em 4,1 l/100km. Já nós, entre muita cidade e alguma estrada e auto-estrada, conseguimos uma média acima dos seis litros por cem quilómetros.

Pelas linhas exteriores, não sobram dúvidas quanto ao seu espírito aguerrido, sem beliscar a elegância que se procura num sedan. O dinamismo é-lhe impresso tanto na sua linha de cintura como na sua frente, caracterizada, como em qualquer Audi, pela grelha Singleframe e embelezada pelos conjuntos ópticos, no caso em LED. Atrás, destaque para o spoiler incrustado na porta da mala. Já a distinção é-lhe garantida quer pela sobriedade das linhas, quer pelo friso em cromado que desenha o recorte dos vidros laterais. E, por falar em mala, o porta-bagagem, além de ser de fácil acesso e arrumação, comporta 425 litros (um crescimento face ao Sportback).

Resumindo: o A3 Limousine, com o motor a gasóleo 2.0 de 150cv, é um carro que se conduz com bastante prazer, estando bem apetrechado no que diz respeito ao conforto e à segurança, sobretudo se no nível de equipamento superior que se traduz em mais 2500€.

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