Fugas - Motores

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Espaçosa, modular e poupada

Por Carla B. Ribeiro

A habitabilidade mantém-se: espaçoso e modular, o Meriva mostra-se capaz de se adaptar a diferentes necessidades. E, agora, com o bloco 1.4 Turbo, um depósito a gasolina e outro a GPL de fábrica, beneficia de um reduzido custo de utilização.

Os fãs do GPL (Gás de Petróleo Liquefeito) enquanto carburante fóssil para substituir a gasolina ou o diesel não se cansam de lhe gabar as qualidades. E algumas são incontornáveis: o gás tem um preço não só mais baixo (o litro custa pouco mais de metade que o de gasolina) como não se prevê que venha a ser alvo de taxas suplementares, uma vez tratar-se de um combustível apoiado pelas directivas da União Europeia. Além do mais, a esperança de vida do motor, garantem os especialistas, é maior uma vez que “a combustão é mais limpa”.

Posto isto, o Meriva é provavelmente o carro da Opel mais apto a fazer valer a motorização a gasolina/gás. É que ninguém que opta por um monovolume compacto – o Meriva mede 4300mm de comprimento por 1994mm de largura, tem 1615mm de altura e pesa quase uma tonelada e meia – está propriamente a pensar fazer corridas, contando mais com a potência para tirar proveito de factores como o conforto ou a segurança.

Ainda assim, com uma capacidade para acelerar dos 0 aos 100km/h em 11,8s, com o GPL accionado (a gasolina marca menos três décimas), não é o mais molengão dos carros, mostrando-se reactivo q.b. nas recuperações para que haja confiança numa qualquer ultrapassagem. Um facto que assenta bastante no desenrascado bloco 1.4 Turbo e na conjugação dos 120cv com um binário de 175Nm, até porque este torque mantém-se disponível de uma forma constante entre as 1750 e as 4800rpm.

Por tudo isto, não é de contar que passe a “voar” por quem quer que seja. Mas, com uma velocidade máxima de 188km/h, também não se andará a arrastar pela estrada, mostrando-se capaz de manter uma velocidade cruzeiro sem mostrar cansaço. Além disso, há que contar com uma compensação quase psicológica face a modelos mais aguerridos. O seu utilizador pode sempre “vingar-se” na hora de abastecer e olhar com troça para quem quer que seja que esteja na bomba ao lado. Afinal, o litro de gasolina 95 anda à volta de 1,55€, o diesel marca 1,35€ e o litro de gás atinge um máximo de 89 cêntimos.

Claro que não basta olhar para o preço do litro. Convém registar quantos litros gasta. A marca alemã aponta para uma média de 7,4 l/100km a gás. O que se traduz num gasto aproximado de 6,60€ por cada cem quilómetros. No caso da Fugas, conseguiu-se circular por cem quilómetros com o indicador a apontar que se tinha consumido um quarto de depósito o que, a fazer fé na fiabilidade do mesmo, corresponderá a cerca de 8,5 litros (o depósito de gás comporta 34 litros), isto é, 7,55€. No entanto, ainda não é hora nem de desanimar nem de mandar foguetes uma vez que, com um carro zero quilómetros nas mãos, torna-se mais difícil confirmar ou não os valores apontados pelas marcas.

Mas voltemos à condução ao longo da qual é perceptível o trabalho desenvolvido em algumas melhorias. Nomeadamente na caixa, no caso manual de cinco velocidades. A marca, quando da apresentação, sublinhou as “múltiplas alterações introduzidas nos componentes e nos mecanismos de troca de mudanças” e não é difícil gabar a maior suavidade na passagem de relações. Um facto mais notório quando se circula em cidade, o que obriga a uma maior utilização de caixa. Também em estrada, em que é necessário recorrer muitas vezes às relações de velocidades, a caixa tem um comportamento exemplar. Ainda em estrada, embora não entre na categoria dos veículos que até parecem pedir por curvas, o Meriva não desilude, mantendo uma trajectória firme desde que a condução seja pautada pela segurança.

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