Fugas - Motores

  • Sandra Ribeiro
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Um adulto por dentro que quer parecer jovem

Por Carla B. Ribeiro

Mesmo com ventos revolucionários, há coisas que não mudam na Mercedes. E o facto de o classe C ser um carro maduro é uma delas. Mas agora, mantendo os seus traços de adulto, passeia-se de forma cada vez mais jovial.

Entra-se no habitáculo e imediatamente surge o peso da idade. Este não é um carro para meninos. É carro para gente grande que já não tem corpo para se sentar quase no chão nem paciência para fazer viagens sacrificando as costas. Tudo à volta do condutor remete para conforto e, como não podia deixar de ser numa marca premium, para a qualidade dos materiais usados e para os retoques que invocam o luxo aqui e ali.

Mas com um bónus: antes de entrar no carro há algo de traquinas que sobressai no nosso espírito. Talvez inspirados pelo apelo estético de um carro que cortou com o seu enfadonho desenho e decidiu inspirar-se no mais aguerrido classe S, algo ainda mais evidente com a linha de design Avantgarde que coloca o emblema da marca de maiores dimensões no centro da grelha.

Com 4686mm de comprimento, 1810mm de largura e 1442mm de altura, o classe C está mais comprido, mais largo e mais baixo que o antecessor, dados que lhe conferem um aspecto mais dinâmico – a que não são alheias as linhas fluidas e cadentes do tejadilho logo a partir do pilar B – ao mesmo tempo que possibilitam uma maior exploração do espaço interior (a distância entre eixos, por exemplo, aumentou 80mm).

Por isso, mesmo tendo em conta o curto vidro traseiro que, em conjunto com uma chapeleira levantada, dificulta a visibilidade, as viagens conseguem ser tranquilas para quatro passageiros. Sentar três pessoas no banco traseiro é possível, mas sacrifica o conforto de toda a gente, nomeadamente do condutor que tem a missão de ver o que se passa lá atrás ainda mais atravancada.

Mas passe-se ao que mais interessa e accione-se a ignição de um bloco de 2143cc que disponibiliza 170cv e um binário máximo de 400 Nm logo às 1400 rotações e até às 2800rpm. Primeira observação a registar é que o motor, mesmo sendo diesel e já se estando à espera de algum ruído de fundo, não está entre os mais silenciosos do mercado. O arranque é suave e a caixa, no caso, uma manual de seis velocidades, é bastante intuitiva dispensando indicações de mudanças de velocidades. A Mercedes diz que o carro acelera dos 0 aos 100 km/h em 7,7s, mas andámos longe dessa marca e o que mais sobressai é o seu peso (1550kg em vazio), o que não se pode pôr propriamente na lista dos contras. Esse mesmo peso que se sente transmite segurança, assim como deixa antever a robustez com que o veículo se apresenta.

Aliás, no capítulo da segurança é de frisar que a Mercedes continua a mostrar a sua preocupação. De série, estão incluídos airbag de joelho, protecção para peões, adaptive brake com função Hold, sistema electrónico de estabilidade (ESP) ou avisador de desgaste das pastilhas. Também de série é incluída a função Agility Select que possibilita a escolha de quatro modos de condução: Eco, Comfort, Sport, Sport + e Individual (para uma configuração personalizada dos diversos parâmetros).

Em pequenas voltas observou-se que a função Eco tem desempenhos com boa nota: o carro já é muito poupado, mas em modo Eco é visível a alteração nas médias de consumo (nota máxima para o sistema de Start

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