Fugas - Motores

Eficiência e economia no regresso do “rei da selva urbana”

Por Carla Ribeiro

O Qasqhai renasceu com uma vontade ambiciosa: reconquistar a dianteira de um subsegmento cada vez mais concorrido. E, com o bloco 1.5 dCi de 110cv, procura chegar a cada vez mais gente.

Uma nova geração, uma mesma missão: conquistar e segurar a liderança entre os SUV (Sport Utility Vehicle) crossover do segmento C. Mas com uma dificuldade acrescida: enquanto no lançamento da primeira geração, em 2007, o Qasqhai estava isolado num subsegmento que o próprio popularizou (o estreante foi o Murano), vendendo em todo o mundo dois milhões de unidades, agora tem de se digladiar com uma série de feras dispostas a fazer-lhe frente e a lutar por um lugar no pódio das vendas.

Não é, por isso, de admirar que a Nissan, além de ter revisto um dos seus mais bem-sucedidos modelos, quer por fora quer por dentro, não o tenha transformado num outro carro. Um Qasqhai continua a ser um Qasqhai e, mesmo com toda a modernização do seu visual, não há qualquer dúvida na sua identificação. Mas isso não basta e, para conseguir fazer frente à dura concorrência, houve que limpar sob o tapete. Por isso, o novo Qasqhai faz- -se valer de outros atributos, como a eficiência dos propulsores. É o caso do ensaiado 1.5 dCi de 110cv, trabalhado pela casa nipónica no sentido de o tornar uma referência entre os seus pares. E parece não ter andado longe disso quando observados os números: o Qasqhai menos potente da gama diesel reclama um consumo de 3,8 l/100km em circuito misto e uma emissão de somente 99 g/km de CO2 (refira-se, no entanto, que para já limita-se a cumprir a norma Euro V em vigor). Estas melhorias não são alheias ao facto de este Qashqai usar a nova plataforma CMF da Aliança Renault-Nissan nem ao de todos os novos modelos trazerem de série o sistema Start/Stop de paragem e arranque automáticos do motor. Também a contribuir para a redução de consumos está o Sistema Activo de Fecho de Grelha, que corta o fluxo de ar a velocidades superiores a 30 km/h. No que diz respeito aos consumos, aliás, não nos foi difícil observar que o Qasqhai é poupado: sem qualquer preocupação aritmética, foram percorridos quilómetros em todo o tipo de traçado e a média poucas vezes saiu da casa dos quatro litros. Isso, somado ao seu preço-base (o 1.5 dCi de 110cv comercializa-se desde 26.100 euros), torna o Qasqhai um carro acessível. Até porque, logo no nível de entrada Visia, é possível encontrar um conjunto razoável de equipamento, entre o qual o cruise control, assistente de arranque em subida, Bluetooth, bancos dianteiros com suporte dorsal, ar condicionado e Chassis Control (controlo activo da trajectória, nomeadamente em curva, e do habitáculo, para maior conforto em pisos irregulares).

Porém, havendo disponibilidade financeira, são de equacionar os níveis de equipamento superiores, nos quais já se pode encontrar de série o Escudo de Protecção Inteligente (a partir do nível N-Tec), que engloba aviso de mudança involuntária de faixa, identificador de sinais de trânsito, regulador automático das luzes de máximos e sistema anticolisão frontal.Seja em que nível for, é notória a aposta do construtor automóvel em tornar o Qasqhai um produto com um gostinho premium. Isso observa-se nos materiais seleccionados, que superam em qualidade os exibidos na primeira geração, e no conforto geral proporcionado — quer ao condutor, quer a qualquer um dos restantes quatro passageiros (isso mesmo: no banco traseiro sentam-se mesmo três).

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