Fugas - Motores

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Mini no nome, mas maxi em performances

Por João Palma

É o mais potente dos Mini “normais”, só superado pelos John Cooper Works, e é, na sua essência, um carro emocional: ame-o ou deixe-o. Para quem gosta dos Mini, é o casamento da estética com o espírito de diversão pura na condução.

Os Mini são carros que apelam mais à emoção que à razão, apesar das suas inegáveis qualidades. Este Mini Cooper S, dotado de um bloco 2.0 de 192cv a gasolina, que já cumpre a norma de emissões Euro 6, é o refinamento das características que fazem dos Mini carros diferentes. Tem uma suspensão dura, que filtra pouco as irregularidades do piso; para as suas dimensões, não tem um habitáculo muito espaçoso e a mala é pequena. Porém, poucos veículos proporcionam o prazer de condução deste Cooper S.

É um veículo que apela muito mais à estética, à emoção e ao prazer de condução que à funcionalidade. Se não vejamos: com 3850mm de comprimento, 1727mm de largura e 1414mm de altura, é mais comprido (121mm), mais largo (44mm), mais alto (7mm) e tem mais 28mm de distância entre eixos que a geração anterior. Com estas dimensões, cada vez mais é só Mini de nome. No entanto, este aumento quase só se traduz em mais 51 litros na capacidade da mala e, apesar dos bancos desportivos e envolventes à frente, o espaço atrás continua a ser escasso para os dois passageiros (embora tenha melhorado).

Tal como a BMW, de cujo grupo faz parte, é filosofia da Mini proporcionar a individualização de cada veículo. Por isso, a lista de equipamento de série do Mini tem seis páginas, ao passo que o equipamento opcional se espraia por 20 (!) páginas. E se é verdade que as marcas, em geral, disponibilizam para ensaio à comunicação social veículos com o nível de equipamento superior e recheados de extras, também não é menos verdade que parte do equipamento opcional de conforto e vida a bordo do carro que conduzimos deveria ser equipamento de série, considerando que o Mini Cooper S é um desportivo compacto de nível premium. Por isso mesmo, partindo de um preço-base de 28.100€, o custo final do veículo que conduzimos totalizava 38.740€. (E com um “calhamaço” de 20 páginas de opcionais, quem adquire um Mini tem que tirar um curso para escolher o carro que deseja.)

A verdade é que tudo isto fica para trás uma vez que nos sentamos no Cooper S, em especial se ficarmos atrás do volante e accionarmos a patilha na consola que põe o motor a trabalhar. O comportamento dos 192 puros-sangues do motor 2.0 leva-nos a usar a palavra brilhante, com um binário máximo de 280 Nm disponível logo às 1250 rpm, o que proporciona uma resposta fulminante nas recuperações e ultrapassagens, mesmo em baixos regimes. A caixa manual de seis velocidades, com relações curtas como convém a um desportivo, é precisa e bem escalonada e mesmo a engrenagem da marcha-atrás, uma pecha da anterior geração, faz-se agora sem dificuldades.

O comportamento do veículo é bastante distinto de acordo com os três modos de condução, sendo a diferença marcante entre os modos Green (economizador) e o Sport. Para além de uma resposta mais rápida no modo Sport face aos Mid e Green, com o controlo dinâmico do amortecimento (opcional que equipava o Cooper S que conduzimos) a suspensão torna-se mais rígida no modo desportivo. Mas mesmo no chamado modo Comfort da suspensão, esta é mais dura que confortável.

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