Fugas - Motores

  • Enric Vives-Rubio
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Um descapotável premium movido a 150 camelos

Por João Palma

Este Audi A3 Cabriolet é premium e tem preço a condizer. Com quatro lugares reais, o modelo que conduzimos trazia um motor diesel 2.0 TDI, cujos 150cv estavam lá para o que fosse preciso. Mas com consumos de fazer inveja a muitos citadinos.

O Audi A3 Cabriolet é o mais caro dos descapotáveis de capota de lona similares do grupo Volkswagen, como o Beetle Cabrio ou o Golf Cabrio. Não será uma surpresa: a Audi é uma marca premium. A versão que conduzimos, com o motor diesel 2.0 TDI de 150cv e caixa manual de seis velocidades, com um preço-base de 46.000€, somados os extras que o equipavam, custava 53.900€. Surpreendente foi, sim, a média de consumos que fizemos no modo Efficiency, mas sem grandes preocupações de economizar: 5,3 l/100km.

Num veículo com as características e motorização deste descapotável, não seriam de espantar médias de consumo na ordem dos sete ou mesmo oito litros. Só que este A3 Cabrio revelou-se poupadinho como um camelo no deserto. Mais: num troço de cerca de 30km de estrada percorrido nos dois sentidos, num deles, em que fizemos bastantes ultrapassagens, a média foi de 5,3 l/100km. E à volta, sem muito trânsito, a 90-100 km/h, o consumo baixou para 4,4 l/100km! É certo que a poupança de combustível não constitui o motivo principal para quem adquire um veículo deste tipo, mas é sempre bom juntar o útil ao agradável.

Isto sem que o motor, acoplado a uma bem escalonada caixa manual de seis velocidades, deixe de responder bem e rapidamente às solicitações de condução: os 150 cavalos, ou melhor, os 150 camelos estão lá para o que for preciso. E nem sequer é necessário recorrer ao mais desportivo modo de condução Dynamic. Mesmo no economizador Efficiency o carro responde bem. Estes são dois dos cinco modos de condução disponíveis, sendo os restantes, Comfort, Auto (o veículo adapta-se ao estilo de condução) e Individual (o condutor escolhe os parâmetros que prefere).

Outros pontos positivos são a excelente estabilidade tanto em recta como particularmente em curva; a facilidade de condução, incluindo a capacidade de regulação de banco e volante para obter uma posição ideal, seja qual for o estilo e o tamanho do condutor; e a existência de quatro lugares reais (embora com espaço para os joelhos reduzido para quem se senta atrás). Também a capota acústica é um opcional que, por 295€, vale a pena considerar: com a capota de lona levantada, esquecemo-nos que não estamos num veículo com tejadilho rígido. A capota acciona-se em 18 segundos, mesmo em andamento a velocidades até 50 km/h.

Já num veículo que custa 46.000€ não faz muito sentido termos de pagar à parte opcionais como regulador/limitador de velocidade, comandos no volante ou uns rudimentares sensores de estacionamento traseiros (só com sinal acústico, sem sequer indicação gráfica no painel de instrumentos), itens de série em carrinhos muito mais baratos. Tudo somado, o equipamento opcional do A3 Cabriolet que conduzimos orçava em 8700€ — uma política de preços comum nas marcas premium, em que o cliente tem sempre que despender uns milhares de euros extra sobre o preço-base para ter um veículo com um mínimo de condições.

No que se refere ao design, tanto exterior como interior, a nota é muito positiva: a um visual apelativo e dinâmico corresponde um interior sóbrio e elegante, onde sobressai a qualidade dos materiais e acabamentos. A instrumentação é muito completa, mas a consulta e operação das funções do veículo e dos sistemas de áudio, telefone e navegação no ecrã central a cores, através de uma roda selectora e botões circundantes no centro da consola, não é tão simples como o desejável.

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