Continua a marcar pelo seu tamanho, com 4643mm de comprimento e uma altura de quase 1,70m. Mas, ao contrário do que sucedia com o anterior X-Trail, que facilmente se colocaria, só pela sua imagem, num off-road, a segunda geração deste SUV está cada vez menos voltado para esse mercado, revelando-se um Qashqai em ponto grande — afinal, não é à toa que substitui o Qashqai +2 que saiu de cena.
Apesar de esta segunda geração estar mais voltada para o asfalto e, sobretudo, para o conforto de quem segue a bordo, isso não significa que tenha voltado costas aos trilhos — ainda é possível colocá-lo em situações de todo-o-terreno com a certeza de que este não irá desapontar — note-se que, apesar de estar mais comprido, mais largo e baixo, a distância ao solo foi mantida nos 21cm.
No entanto, ao contrário do seu antecessor, que facilmente se olharia como um segundo carro, arrumado na garagem durante a semana e pronto para momentos de recreio ao fim-de-semana, a Nissan parece ter compreendido que na versatilidade está o ganho. E, não se revelando totalmente à vontade nos circuitos urbanos, as suas linhas menos quadradonas e muito mais próximas do pequeno Juke ou do bem-sucedido Qashqai fazem com que este X-Trail não seja peixe fora de água na cidade.
Já se viu que o X-Trail está maior. E isso, reflectindo-se de uma forma negativa na sua agilidade, é uma enorme mais-valia para as famílias. A distância entre eixos também cresceu face ao modelo antigo, em mais de sete centímetros, o que se traduz num incremento do espaço no habitáculo. Não só se têm os dois lugares extras — que, a bem da verdade, apenas servem para crianças ou para adultos se a viagem for curtinha — como no banco traseiro não há lugar a disputas de espaço entre os três ocupantes. A ajudar em toda esta sensação de espaço, o tecto panorâmico.
Outro detalhe a ter atenção é a disposição das filas de assentos como se se estivesse numa espécie de anfiteatro. Ao tornar ligeiramente mais elevadas as filas à medida que se senta mais atrás, ninguém neste carro perde campo de visão.
Se nos sentarmos aos comandos, é fácil encontrar uma posição de condução confortável e, sobretudo se se já tiver conduzido um Qashqai, de encontrar todas as funcionalidades espalhadas pelos botõezinhos. Caso seja uma estreia, então inicialmente poder-se-á sucumbir à tentação de se achar que os tais botõezinhos só servem para atrapalhar. No entanto, ao fim de dois ou três dias já se está a mexer em tudo sem que para isso seja necessário ler o manual de uma ponta à outra. O que é, de facto, necessário explorar é a panóplia de ajudas à condução — a maioria muito úteis, mas que levam o seu tempo a saber usar da melhor forma. Para isso há que ter atenção ao redesenhado painel de instrumentos, que inclui o Visor de Assistência à Condução Avançada.
Facto é que o investimento da Nissan nas ajudas à condução não foi um tiro ao lado no que toca à segurança. Entre aquelas, destaque para a inclusão do sistema de Escudo de Protecção Nissan que reúne Sistema anti-colisão frontal, alerta de fadiga do condutor, reconhecimento de sinais de trânsito, aviso de mudança involuntária de faixa, aviso de ângulo morto, detecção de objecto em movimento e regulador automático de máximos. Assim, ao invés das quatro estrelas conseguidas pela versão anterior, o Euro NCAP, o organismo independente que avalia a segurança dos veículos automóveis comercializados na Europa, decidiu brindar o X-Trail com cinco reluzentes estrelas, apesar dos parâmetros de avaliação serem cada vez mais exigentes. O modelo desta segunda geração passou nos testes com avaliações de 86% na segurança dos ocupantes adultos, de 83% na dos ocupantes crianças, de 75% tanto na segurança dos transeuntes como nos dispositivos auxiliares.
