Fugas - Motores

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Um carro pequeno com um grande coração

Por João Palma

Por fora, o novo Corsa até que nem se diferencia muito do anterior. Mas, por dentro, houve uma revolução nos equipamentos, na mecânica e nos motores. O novo 1.0 turbo a gasolina é talvez o melhor dos modernos propulsores tricilíndricos.

Nos testes completos que efectuamos aos veículos que as marcas nos disponibilizam, incluímos um barómetro com os pontos positivos e negativos dos carros ensaiados e quatro pequenos textos de pormenores (positivos ou negativos) desses automóveis. E se, por vezes, é fácil encontrar pormenores ou pontos distintivos de um determinado modelo, noutras ocasiões é muito difícil. É o caso deste Corsa, que é como uma equipa que ganha campeonatos valendo-se do seu colectivo, sem estrelas que se destaquem.

Todos os equipamentos, mecânica e motorizações do novo Corsa já foram estreados noutros modelos da Opel, com destaque para o Adam. Quer isto significar que esta quinta geração do Corsa, que será lançada nos próximos dias 17 e 18 de Janeiro, foi uma aposta com pouco sucesso? Muito pelo contrário.

Gostámos francamente do Corsa 1.0 Turbo 115cv Color Edition (o nível de equipamento intermédio e que se prevê vir a constituir o grosso das vendas) de 5 portas e 5 lugares que a Opel nos disponibilizou e a marca até nos poderá acusar de alguma má-vontade nos pontos negativos que apontámos ao carro (mas há sempre alguns – não há carros perfeitos). Afinal, o encosto de cabeça do banco de trás pode ser adquirido como opcional por 50€ e o mesmo é válido para os sensores de estacionamento (300€ ou 500€).

Quanto aos consumos, já tínhamos experimentado o novo motor 1.0 turbo tricilíndrico de 115cv no Opel Adam. Então, numa condução normal, com algumas estradas de montanha, sem grandes preocupações de economia mas também sem exceder os limites legais de velocidade, fizemos uma média de 6,5 l/100km. Agora, no Corsa com o mesmo motor, experimentámos conduzi-lo como se fosse um carro eléctrico e conseguimos fazer 5,5 l/100km. Claro que esta média é artificial, até porque o motor pede (e merece) uma condução bem mais viva. E aí a média de consumos ultrapassa logo os 6,0 l/100km.

Mas se a questão dos consumos ainda não foi completamente resolvida (e isso é uma pecha comum a todos os modernos tricilíndricos), as performances deste propulsor, acoplado uma nova e muito boa caixa manual de 6 velocidades estreada no Adam, bem como a quase total ausência de ruído de funcionamento (parado, mesmo sem o Start/Stop a funcionar, parece que o motor é eléctrico ou está desligado) colocam este pequeno tricilíndrico, na versão de 115cv, no pódio, em comparação com outros blocos com cilindradas similares. Com este motor, o novo Corsa é despachado e ágil nas recuperações ou ultrapassagens, quase que exigindo uma condução dinâmica.

Este é a estrela maior na gama de motores disponíveis para o novo Corsa, que incluem uns já muito datados 1.2 e 1.4 atmosféricos a gasolina, respectivamente com 70cv e 90cv, um diesel 1.3 CDTI de 95cv que foi alvo de melhoramentos para apresentar médias de 3,4 l/100km de consumos e 89 g/km de emissões e uma variante do 1.0 turbo com 90cv (custa menos 800€). Para o Corsa de 3 portas (menos 500€ que o 5 portas), só estão disponíveis o 1.0 Turbo de 115cv, o 1.4 de 90cv com caixa automática e o diesel 1.3 CDTI de 95cv.

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