Fugas - Motores

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O forte Pulsar da Nissan no segmento C

Por João Palma

Há carros que nos fazem perder a cabeça. Não é o caso deste Pulsar da Nissan, com um design discreto e performances contidas. Mas em espaço interior, consumos e equipamento, em especial o de segurança, apresenta fortes argumentos face à concorrência.

A Nissan, depois de uma experiência não muito bem-sucedida com o Tiida, um veículo global, destinado a gregos e troianos, mas que não teve muita aceitação na Europa, decidiu mudar as agulhas e criar uma berlina do segmento C destinada ao mercado europeu. O resultado foi o Pulsar, uma berlina de cinco portas e cinco lugares produzida em Espanha na fábrica de Barcelona da marca.

A Fugas conduziu um Pulsar dotado do conhecido motor diesel 1.5 dCi de 110cv, com o nível de equipamento superior, Tekna. No segmento C, o dos pequenos familiares, a Nissan já tinha o seu campeão de vendas, o Qashqai. Porém, o Qashqai insere-se no subsegmento dos crossovers e está no limiar do segmento D, o dos familiares médios. Assim, tendo deixado cair o Tiida, na gama da marca nipónica faltava um modelo como o Pulsar, que se posicionasse entre o utilitário Note e o Qashqai.

Havendo uma oferta abundante e de qualidade neste segmento dos carros compactos, a Nissan tinha de apresentar argumentos que permitissem ao seu modelo enfrentar a forte concorrência. Assim, apostou na racionalidade, criando um automóvel de linhas discretas, com um visual inspirado no Qashqai, ao gosto europeu, espaçoso, seguro, confortável e parco nos consumos.

O carro que conduzimos, com o nível Tekna, está bem equipado, tanto no que se refere ao conforto e vida a bordo como à segurança e, apesar de ser o mais caro da gama do Pulsar, tem um preço competitivo, como se pode ver pela ficha técnica (algo que é reforçado pela campanha de descontos para a berlina do segmento C da Nissan). Mesmo no nível de entrada, Visia, o Pulsar já vem razoavelmente dotado, algo que se acentua nos níveis intermédios, Acenta e N-Tec. Assim, havendo quatro níveis de equipamento de série, com ampla possibilidade de escolha, a lista de opcionais é escassa.

Do Nissan Pulsar com o motor 1.5 dCi a gasóleo de 110cv não se esperem grandes performances. O comportamento deste pequeno familiar apela a uma condução racional e equilibrada, não sendo especialmente despachado nas recuperações e ultrapassagens e requerendo algum trabalho da caixa manual de seis velocidades. Em contrapartida é confortável e estável, para o que contribui o Controlo Activo de Chassis da Nissan, de série, que funciona como diferencial de deslizamento limitado, proporcionando um comportamento mais suave em curva e melhor tracção nas acelerações. Também é comedido nos consumos — num percurso variado que incluiu estrada, auto-estrada e cidade obtivemos uma média de 5,1 l/100km.

O visual do Pulsar pode ser discreto, de acordo com o espírito de um carro que se destaca mais pela funcionalidade que pelo design. E é segundo esses princípios que ele vem equipado de série nos níveis N-Tec e Tekna com faróis LED, que, usando 50% menos energia que as lâmpadas de xénon, produzem uma luz com uma tonalidade mais próxima da luz solar, proporcionando melhor visibilidade nocturna.

No interior, com os estofos em pele do nível de equipamento Tekna, encontram-se alguns materiais duros mas nota-se cuidado nos acabamentos. Onde, porém, o Pulsar se destaca é no espaço do habitáculo para os cinco ocupantes, superior mesmo ao de carros de segmentos superiores. Outro ponto forte é algo que é apanágio dos modelos da Nissan: a instrumentação, apesar de muito completa, é de fácil e intuitiva utilização, incluindo o sistema NissanConnect de navegação por satélite, Bluetooth e áudio, com integração das funções de um smartphone através de um ecrã táctil de 5,8’’ (mirrorlink) ao centro do tablier.

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