Fugas - Motores

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Renascer maduro e com o mesmo conforto

Por Carla B. Ribeiro

Segurança, conforto e tranquilidade. Poderão ser estas as palavras-chave a usar num modelo como o Passat, que chegou à sua oitava geração também com preocupações de abandonar a imagem de carro de aparência aborrecida.

Ao perscrutar as publicações da especialidade, é uma crítica comum de se ler nas anteriores gerações do Passat: muito bom mas enfadonho. Nada que tenha afastado os clientes fiéis de um modelo que sempre foi garante de boas performances e de tranquilidade de condução. Mas, nesta oitava geração, embora não se apresente com roupagens de tirar o fôlego, o Passat foi alvo de uma preocupação com a sua imagem e poderá deixar cair o rótulo de “aborrecido”.

Coloque-se um Passat novinho em folha ao lado de um mano da geração anterior e não será difícil encontrar diferenças. Aliás, quase nada da antiga geração foi aproveitado e isso beneficia o carisma do novo modelo, que cativa as atenções um pouco por todo o lado por onde passa. A contribuir para tal, as linhas mais fluidas, uma frente totalmente redesenhada a tirar proveito da grelha de corte a direito que se funde com as grandes ópticas, no caso com o opcional de luzes em LED com a muito útil funcionalidade de luz de curva dinâmica.

Mas no que o Passat se continua a distinguir é pela forma como se deixa conduzir, no caso com o bloco diesel 2.0, animado por uma potência de 150 cavalos, que contra si apenas tem a registar o ruído que a bem conseguida construção consegue calar. Não sendo nenhuma fera do asfalto, nem carro que nos leve a ansiar por caminhos sinuosos, é um automóvel que, depressa se compreende, (quase) nunca desilude. E o “quase” entre parênteses não se aplica sequer aos dias em que ensaiámos o modelo. Seja em cidade, onde por vezes se exige um comportamento mais expedito, seja em auto-estrada ou em estrada, o Passat revela a mesma serenidade que também deixa quem o conduz muito tranquilo. O comportamento não é alheio à bem escalonada caixa, manual de seis relações, que permite tirar proveito do bloco sem quaisquer esforços, nem a uma direcção que prima pela precisão e pelo fácil manuseio de um carro de grande porte.

Mas num Passat o prazer de condução também advém do conforto que se consegue a bordo. Primeiro pelo espaço. É que, embora mais curto, o aumento da distância entre eixos fez com que um carro que já era espaçoso pudesse ainda crescer mais nessa matéria. Depois há que ter em conta os materiais usados na construção dos bancos — se no lugar do condutor o banco ergoConfort garante um bom suporte ao corpo para aguentar tantos quilómetros quantos os que o carro conseguir cumprir, no assento do lado a vontade é mesmo de afundar pelo banco adentro e deixarmo-nos conduzir. Já nos lugares traseiros, três sentam-se à vontade — sobretudo se forem crianças —, mas com alguma penalização no conforto de todos (mais ainda de quem tiver o azar de ficar com o lugar do meio). Já dois conseguem concretizar uma viagem, mesmo que grande, sem aborrecimentos. Além de o banco traseiro ser muito confortável, há espaço de sobra para troncos, pernas e cabeças. O carro até está ligeiramente mais baixo que o modelo anterior, mas a verdade é que há mais espaço em altura para todos os passageiros.

Verificado o conforto proporcionado pelo espaço e pelos materiais (e, sublinhe-se, reforçado pelos acabamentos de qualidade e detalhes que imprimem uma sensação luxuosamente sóbria), há que ter em atenção o bem-estar proporcionado por toda a parafernália tecnológica com que a Volkswagen equipou o Passat. Esteja esta relacionada com a condução, como é o caso de um extremamente eficiente sistema de Start & Stop, de arranque e paragem automáticos do motor, do assistente de manobras de reboque e dos Traffic Assist e Emergency Assist, ou com o entretenimento e sistemas de informação, agora disponíveis com o Active Info Display de alta resolução de 2”, um visor ao centro do painel de instrumentação, uma estreia na VW, que permite uma apresentação interactiva das várias funções e dados e que já tínhamos experienciado no também novo Audi TT.

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