Fugas - Motores

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Uma nova geração mais segura, funcional e bonita

Por João Palma

A nova geração do utilitário da Skoda concilia os atributos de funcionalidade e espaço interior tradicionais da marca checa à qualidade de ser um veículo do grupo Volkswagen. A somar a isto, junte-se um design elegante e atractivo.

O novo Skoda Fabia está mais bonito. O veículo que conduzimos, de carroçaria em preto com tejadilho e retrovisores prateados, chama as atenções. Mas não foi só o “embrulho” que agradou: estávamos um pouco de pé atrás em relação ao comportamento do pequeno motor 1.0 tricilíndrico de 75cv num carro pesando 1055kg e tivemos que engolir preconceitos. Com diferencial autoblocante electrónico XDS de série, o Fabia é fácil de conduzir, ágil em curva e ataca a maior parte das subidas sem precisar de reduzir mudanças.

Os veículos da marca checa do grupo Volkswagen sempre se destacaram pela funcionalidade, reputação aproveitada pela marca para lançar o slogan simply clever, soluções simples para facilitar a vida de quem usa um dos seus carros. Mas também pelo espaço interior e pela capacidade da mala, a que se alia o facto de beneficiar das tecnologias do grupo em que se insere. Porém, não sendo feios, não tinham, até ao lançamento da terceira do Octavia em 2013, linhas particularmente entusiasmantes. Desde então, também isso mudou, com a Skoda a revelar alguns rasgos de inspiração. Algo que se volta a ver no novo Fabia, que junta aos atributos tradicionais um design apelativo, em especial com a opção Color Concept, que, por 216€, torna o carro bicolor. E o ambiente interior, onde predominam plásticos duros (mas com cuidado evidente nos acabamentos), condiz com o visual exterior. Aliás, a próxima geração do topo de gama da Skoda, o Superb, também tem um design radicalmente diferente. Para melhor.

O conteúdo está à altura do “embrulho” atractivo. A começar pela segurança: nos testes efectuados ao Fabia pelo Euro NCAP em finais de 2014, este utilitário obteve o máximo de 5 estrelas, com 81% na segurança dos ocupantes, 81% nas crianças, 69% na protecção dos peões e 69% nos dispositivos auxiliares de segurança.

À segurança junta-se a facilidade de condução: sentamo-nos atrás do volante e após poucos minutos o carro é como um velho conhecido. A visibilidade é boa, a caixa manual de cinco velocidades está bem escalonada, as mudanças são fáceis de engrenar (embora com este motor não seja necessário muito trabalho de caixa) e o carrinho despacha-se bem. O consumo anunciado é de 4,8 l/100km, mas já se sabe que no dia-a-dia os valores são sempre superiores. Mesmo assim, foi bastante aceitável a média que obtivemos de 5,6 l/100km num percurso variado com estrada, auto-estrada e cidade, dentro dos limites de velocidade legais mas sem preocupações especiais com a economia.

A instrumentação é bastante completa e intuitiva, recomendando-se a opção rádio Bolero (197€) com sistema mirror link (emparelhamento a telemóvel com visão e accionamento das suas funcionalidades, como sistema de navegação, através do ecrã táctil do veículo). Além do ecrã táctil ao centro do tablier, pode-se ainda consultar os dados do computador de bordo num visor atrás do volante.

O único senão é a ausência de uns simples sensores de estacionamento traseiro no equipamento de série — sendo o Fabia um veículo vocacionado para utilização em cidade, pese embora a boa visibilidade, há sempre obstáculos difíceis de detectar e um simples aviso sonoro evita toques custosos e desagradáveis. Por isso, justifica-se despender 247€ por esses sensores. Aliás, a lista de opcionais não é muito extensa e os preços são acessíveis. Por exemplo: regulador/limitador de velocidade, 136€; auxílio ao arranque em subida, 71€; sensores de luz e de chuva, 231€. Isto para não falar do detector de fadiga do condutor, uma opção a custo zero.

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