É um facto. O carro apresenta um bom desempenho, mas poderia ter um bocadinho de mais potência para quem gosta de carregar no acelerador. Por outro lado, o conforto comprovado numa longa (e dura) viagem convence-nos de que a potência extra que lhe falta nem é assim tão importante.
Depois temos os consumos. É que o bloco diesel de 2.2 não é comedido na altura de “comer”. E se, em viagem por auto-estrada, sem empecilhos e com vagar para chegar ao destino, conseguimos uns extraordinários 7,1 l/100km — mesmo com o carro preenchido de ocupantes e bagagem —, na cidade nunca conseguimos baixar a fasquia dos 8,5 l/100km, bem distantes da média de 4,6 anunciada pela marca. Por outro lado, quando se passa a portagem, não resistimos a um sorrisinho maroto. A portageira bem nos queria cobrar os euros correspondentes à Classe 2, mas, depois de esclarecida por nós e consultada a lista, teve de emendar a mão e corrigir o valor para o referente à Classe 1. É que há esta pequena diferença entre ter a tracção integral ou a dianteira. A primeira, mais potente (175cv) e com caixa automática de conversão de binário com seis relações de fabrico Mazda, paga mais nas auto-estradas lusas que o 4x2.
O primeiro Sports Utility Vehicle (SUV) compacto da marca nipónica, estreado em 2012, foi revolucionário também pelo facto de ter inaugurado a tecnologia Skyactiv, assim como por ter aberto caminho para linguagem de design que atravessa hoje toda a gama de veículos Mazda. Agora, o bem-sucedido modelo da marca foi renovado no sentido de corrigir alguns aspectos e melhorar outros.
A começar pelo sentido estético exterior, que se destaca por uma imagem de maior robustez, acentuada pela nova grelha trapezoidal, rasgada por lâminas na horizontal, e pela nova assinatura luminosa que aposta na tecnologia LED. E, no caso do carro ensaiado, há a destacar no capítulo da iluminação as luzes adaptativas dos máximos. Um facto que não só permite um enorme descanso para quem segue aos comandos como protege os demais condutores com os quais nos vamos cruzando. Assim que detectam uma qualquer luz à frente, os máximos dão lugar aos médios (caso a origem da luz provenha da faixa contrária, apaga o máximo da esquerda, mantendo a berma à direita bem iluminada). Quando a luz externa sai do caminho, não se julge que os máximos ligam qual flash. Pelo contrário: vão progredindo lentamente para que os nossos olhos tenham tempo de se adaptarem à mudança. Ainda do lado de fora, destaque para as redesenhadas jantes em liga leve de 19 polegadas, com acabamento em dois tons.
No interior também são bem visíveis as mudanças. Primeiro, todo o espaço está mais limpo e sóbrio, primando pela eficiência. A própria marca chama a atenção para a melhoria efectuada ao nível dos bancos, que, constatámos, oferecem um bom apoio, mas é de sublinhar sobretudo o trabalho ao nível das suspensões. É preciso uma grande alteração no traçado para que se sinta desconforto dentro do carro. Quer à frente quer atrás. Aliás, refira-se que no banco traseiro três conseguem arranjar posição suficientemente agradável, mas apenas dois terão uma viagem sem mácula. Além disso, a Mazda conseguiu aumentar os vários espaços de arrumação pelo habitáculo, a começar pela consola central, onde um pequeno botão substitui o travão manual, permitindo a inclusão de novos compartimentos de arrumação.