Fugas - Motores

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Qualidade e espaço, num veículo para famílias numerosas

Por João Palma

A terceira geração do maior SUV/monovolume da Kia alia ao espaço e funcionalidade de um veículo para famílias numerosas, acabamentos requintados, equipamento, potência e uma mecânica fiável. Tudo isto apoiado por sete anos de garantia.

Não há carros perfeitos. Mesmo nos melhores veículos há sempre qualquer coisa a apontar. Mas quando os pontos negativos da viatura são externos à sua construção, está quase tudo dito sobre as suas qualidades. É o caso desta terceira geração do Kia Sorento, cuja maior falha reside nos pneus de origem, com qualidade muito abaixo da do veículo em si. Esqueçam-se, pois, ideias pré-concebidas: os fabricantes coreanos de automóveis já ombreiam com as mais reputadas marcas europeias e japonesas.

Tivemos oportunidade de conduzir a terceira geração do Kia Sorento, um SUV de sete lugares na versão com motor 2.2 CRDi de 200cv, tracção dianteira, nível TX de equipamento e caixa manual de seis velocidades, que já se encontra à venda por um preço-base de 38.987€, beneficiando de um desconto de 5400€, aplicável a todos os Sorento e extensível, pelo menos, até final de 2015. Há ainda uma variante com caixa automática de seis relações cujo preço, já com o desconto é de 42.587€, que, apesar de penalizar os consumos e emissões, curiosamente, a Berge, representante da Kia em Portugal, pensa vir a constituir a maior fatia das vendas.

Para o final do ano, está prevista uma versão com caixa automática mais bem equipada, TX Top Auto, que será o topo de gama, com o preço de 44.687€ já com o desconto. Há ainda uma variante com tracção integral, dotada do motor 2.0 CRDi de 185cv e a caixa automática de seis relações, que, com o abatimento de 5400€, custa 52.287€, mas a Berge pensa que representará apenas 3% das 200 unidades/ano previstas.

O motor 2.2 a gasóleo que equipava o veículo que conduzimos, acoplado a caixa manual de seis velocidades (com escalonamento longo para favorecer consumos e fácil de manusear), desloca com facilidade este grande SUV. Não se esperem os arranques relâmpago de um desportivo com esta potência, afinal trata-se de um “bicho” que pesa mais de 1,8 toneladas, mas nos arranques, recuperações e ultrapassagens os 200cv estão presentes, bem como a capacidade DE reacção, com o binário máximo de 441 Nm disponível logo às 1750 rpm. E mesmo em subidas mais íngremes não se nota qualquer esforço do motor.

Apesar da sua altura e perfil, o Sorento é equilibrado tanto em recta como em curva, tendo a direcção um modo desportivo e outro de conforto. Numa condução mais exigente poder-se-á notar algum desequilíbrio, mas isso, em nosso entender, deve-se essencialmente ao comportamento dos pneus coreanos de origem. É que, se na construção de veículos os coreanos estão perfeitamente à altura dos europeus e japoneses, já no que toca ao fabrico de pneus ainda têm muito que rodar…

Conduzimos o Sorento num percurso variado com mais de 500km, incluindo estrada, auto-estrada e cidade com alguns engarrafamentos, obtendo uma média global de 7,6 l/100km. Em cidade, apesar de um eficiente sistema Start/Stop, a média foi superior a 8,0 l/100km, valor que baixa para 6,0/7,0 l/100km fora do ambiente urbano. Sendo um confortável estradista adequado para longas viagens, está também apto para incursões fora de estrada de baixa/média dificuldade (com auxílio ao arranque em subida e controlo de travagem em descida), devido à sua altura ao solo, potência e binário.

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