Fugas - Motores

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Ostentação de luxo (e potência) sobre rodas

Por Carla B. Ribeiro

É muito mais que um carro. O S63 AMG Coupé poderia até ser descrito como luxuosamente ostensivo. Mas, com 585cv, um binário de 900 Nm e tracção integral, não é só fogo-de-vista.

A secção chama-se Motores e este veículo tem um. Mas qualquer semelhança com outros modelos ensaiados, diríamos, fica-se por aí. Até mesmo em relação ao classe S que lhe serve de base.

O 63 AMG, neste caso em formato coupé e tracção integral, é a versão mais luxuosa e desportiva do classe S e substitui o descontinuado CL63 AMG, apresentando dados de pasmar: uma potência de 585cv e um torque que atinge os 900 Nm logo às 2250rpm. Os números não param de surpreender na altura de abrir cordões à bolsa: mais de 225.000 euros sem quaisquer extras. Com os luxos que equipavam a unidade ensaiada, a factura atinge os 287.594,85€.

Com uma vivenda com piscina em mente, preparamo-nos para descobrir os luxos que vão muito para lá do que esconde o capot. Do lado de fora tudo no carro parece gritar “Olhem para mim!”. Em relação à berlina, o coupé apresenta um desenho mais agressivo, com entradas de ar maiores, saias laterais mais musculadas e quatro saídas de escape cromadas. E ninguém duvide: olham mesmo!

Com um tamanho que se impõe — só em comprimento são mais de cinco metros —, os olhares começam por ser atraídos pela cor da carroçaria, cinzento de acabamento mate, para depois se irem entretendo com uma série de pormenores incluídos no pack Edition 1, disponível durante o lançamento do modelo por 9349,59€. É o caso dos faróis LED com cristais Swarovski incrustados, da inscrição Mercedes-Benz sobre o cromado no interior das ópticas ou das pontas de escape nas quais o toque AMG não passa despercebido.

No entanto, não é por abrir as portas que os olhares se desviarão. Os bancos desportivos são forrados em pele Exclusive vermelha, as soleiras exibem um iluminado “AMG” e por toda a consola é visível a preocupação com o aprimoramento dos detalhes. Também o toque foi tido em consideração, e assim que as nossas mãos envolvem o extremamente suave volante compreende-se que este carro escalou vários degraus no conceito de luxo.

Como se tal não bastasse, feche-se a porta para que os nossos ouvidos sejam “importunados” por um ligeiro zumbido — nada de mais; apenas uma alavanca que traz o cinto de segurança até ao alcance das nossas mãos (assim que se retira o cinto e se abre a porta o braço mecânico recolhe). De cinto posto e olhos fixos lá à frente, com um muito bem conseguido head-up display que projecta no vidro as informações essenciais à condução (e não só), apalpamos terreno para depressa percebermos que tudo neste carro está voltado para a potência, ao mesmo tempo que está pensado para a segurança. Assim, não é necessária uma sensibilidade especial no pé direito para “domar” os 585cv.

Aliás, em modo Controlled Efficiency, a ideia que dá é que o próprio carro se autodomina. Mesmo quando se acelera a fundo (com direito a borboletas na barriga) ou se trava abruptamente. O estômago encolhe-se, o coração salta, mas o carro parece afirmar “não se passa nada.” Com o modo Sport accionado tudo se torna mais bruto. Mas, ainda assim, a margem de segurança mostra-se sempre muito bem estabelecida. E nem por um segundo se sente o conforto posto em causa — para isso pode-se contar com uma ajudinha dos bancos dinâmicos que se encarregam de compensar o esforço lombar em curva (já agora: o encosto do braço é aquecido!).

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