Fugas - Motores

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Um arrojado SUV híbrido num mar de tubarões diesel

Por Carla B. Ribeiro

Um SUV médio que não é indiferente a nenhum apreciador do género. E apresenta-se em modo gasolina/eléctrico para fazer frente a sérios rivais diesel.

Não é apenas no seu visual que o NX 300h revoluciona o mercado, não podendo ser acusado de copiar qualquer outro veículo do género. Muito fiel ao protótipo que lhe deu origem, este Sport Utility Vehicle rompe com várias convenções tradicionais do design deste segmento, revelando-se ousado: “Parece um avião”, desabafa um admirador do género, enquanto perscruta o carro à porta de um café de Lisboa.

Acima de tudo, o NX 300h é diferente na sua filosofia que, seguindo as políticas da Lexus — e, claro, também da Toyota —, passa por se apresentar em modo híbrido, unindo um bloco a gasolina a motores eléctricos — neste caso, dois: um à frente e outro na traseira. Note-se que, não obstante as críticas, esta aposta tem sido bem-sucedida e, de acordo com dados do fabricante, entre Toyota e Lexus, já foram vendidas mais de sete milhões de veículos deste tipo.

Apesar das suas generosas dimensões — 4630mm de comprimento, 1845mm de largura e 1645mm de altura —, o Lexus NX 300h consegue habitar muito bem o meio urbano, não se acanhando mesmo em manobras mais apertadas. Para tal pode-se contar com a ajuda de uma direcção extremamente precisa que parece que faz com que o carro encolha. E na altura de estacionar tanto os sensores como o monitor de apoio ao estacionamento cumprem com eficácia as suas funções.

Mas também não poderia ser de outra forma: é em circuitos urbanos que o modo híbrido melhor funciona. Não só se consegue aproveitar vários momentos em modo eléctrico como os inevitáveis pára-arranca contribuem para uma rápida recuperação de energia. Talvez seja com esta premissa por base que a casa nipónica avança com boas médias de consumos e emissões. No entanto, por mais que tentássemos, ficámos muito longe dos valores avançados pela marca. Afinal, são quase duas toneladas de carro. No entanto, não sejamos ingénuos: ninguém investe mais de 60 mil euros num carro para poupar no posto de abastecimento. O investimento poderá até estar relacionado com preocupações ambientais, mas duvidamos que se prendam a problemas financeiros. Mesmo tendo em conta que os híbridos conseguem ser económicos noutras vertentes: requerem menos manutenção e têm menor desgaste de pneus, por exemplo.

Posto à prova em trajectos fora do ambiente da cidade, depressa se conclui que o carro não irá tirar o fôlego a ninguém (a velocidade máxima é de 180 km/h). Mas, verificámos, também não se recusa a cumprir com rigor aquilo que lhe é pedido, imprimindo conforto nas viagens proporcionado tanto pelo espaço abundante como pelos materiais usados na construção dos interiores. Isto é verdade desde que se mantenha o limite nos quatro ocupantes. É que o lugar do meio do banco traseiro é mesmo desconfortável.

Em off-road, numa breve experiência, foi possível observar como a transmissão integral é bem apoiada pelo tal segundo motor eléctrico na traseira e que entra em acção quando é detectada situação de pouca aderência nas rodas dianteiras.

Por dentro, é notória a qualidade dos materiais e a preocupação com os acabamentos deste veículo recheado de tecnologia. E nem é necessário optar pela versão mais luxuosa para se ter acesso a um carro bem equipado. É que, ao contrário da política praticada por outras marcas premium, em que o preço-base é inflacionado por uma série de extras que não são outra coisa que equipamento básico — a individualização dos veículos costuma ser a justificação mais usada — a Lexus optou por apostar em níveis de equipamento e numa lista reduzida de opcionais.

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