Fugas - Motores

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Uma versão atraente, funcional e económica do Novo 208

Por Carla B. Ribeiro

O Peugeot 208 renasceu e apresenta novos motores, mais tecnologia e uma imagem actual. Com o bloco 1.6 BlueHDi de 75cv junta ainda economia de consumos.

Quando o 206 desapareceu, o seu sucessor 207 mostrou-se uma versão melhorada do antecessor mas sem nada que rompesse em absoluto com o modelo anterior. De tal maneira que teve vida curta — apenas seis anos, contra a dúzia no historial do 206. Em 2012, com a apresentação do 208, verificou-se a aguardada mudança: o carro deu um passo em frente não só na modernização como no seu próprio posicionamento. E em Paris acredita-se que se tomou o caminho certo, de tal maneira que a empresa agora dotou o seu 208 de ainda mais requinte e sofisticação.

O “Novo 208”, na designação da marca, exibe uma actualização estética, revelada logo na sua silhueta, que pretende ser “simultaneamente chique e desportiva”, tirando partido dos flancos esculpidos e dos contornos dos vidros a cromado. À frente destaca-se a grelha com visual tridimensional e que agora está totalmente integrada no pára-choques, assim como as novas ópticas com faróis bicolores que marcam uma imponente assinatura luminosa. Atrás, os farolins exibem as três garras do leão e são também equipados com LED.

No interior, o requinte volta a dar cartas, com o tablier bem desenhado e com a maioria das funcionalidades concentradas no ecrã táctil — de lamentar a posição da manete do cruise control que faz com que quase nos esqueçamos de que existe. De resto, tudo é muito simples de usar e não se corre o risco de se ficar perdido entre um sem-fim de botões. O pequeno volante dá uma boa sensação de condução e facilmente se encontra uma boa posição para ele, sendo regulável em altura e profundidade. Nos ajustes, o pior é mesmo o banco do condutor, cuja regulação é por alavanca e que nos faz andar por vezes aos solavancos até encontrarmos a posição ideal — a partir daí é melhor não mexer mais. Pelo contrário, o espaço dianteiro é muito razoável e facilmente se fazem quilómetros sem parar. Já no banco de trás, não constituindo nenhuma referência, conseguem-se sentar dois à vontade, desde que não sejam muito altos sob pena de as suas cabeças reduzirem a visibilidade traseira. Três também se sentam, mas a viagem acaba por ser penalizada pelo desconforto do terceiro ocupante que, além de ter de lidar com falta de espaço, ainda tem de se preocupar com a posição dos pés devido ao pequeno ressalto no piso.

Com capacidade para 285 litros (1076 com bancos traseiros rebatidos), o espaço volta a não ser uma referência quando se abre o porta-bagagem. No entanto, o desenho do porta-malas ajuda a que a arrumação não seja uma dor de cabeça, sendo perfeitamente viável para as compras do mês. Note-se que sob o tapete da bagageira esconde-se um pneu sobressalente — um “luxo” cada vez menos habitual sobretudo neste segmento.

Mas o 208 não chegou apenas com novo visual. Sob o capot as motorizações beneficiaram de um bom upgrade para conseguirem cumprir a norma de emissões Euro 6. É o caso do 1.6 Blue HDi de 75cv ensaiado, que regista emissões de apenas 90 g/km. Mas o que é mais facilmente identificado é o quanto se poupa na altura de abastecer: em estrada, com muitas reduções e algumas ultrapassagens, obtivemos uma média de 4,4 l/100km. Uma média superior em quase um litro ao anunciado, mas refira-se que a conseguimos com o carro ocupado por cinco pessoas e bagagem. Pela cidade, com vários pára-arranca de ar condicionado ligado, nunca chegámos a registar uma média de 5,0 litros.

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