Fugas - Motores

Toyota mantém-se fiel aos híbridos convencionais

Por João Palma

O aperitivo foi em Las Vegas, a 8 de Setembro, mas quando todos esperavam pelo prato principal a 15 de Setembro em Frankfurt, a Toyota só serviu a entrada, reservando mais pormenores (todos?) da quarta geração do seu modelo mais representativo, o Prius, para 30 de Outubro, no Salão de Tóquio.

Os jornalistas presentes em Frankfurt puderam ver o novo Prius, sentar-se no interior, mas a marca japonesa não revelou quais os motores, gasolina e eléctrico, que irão formar o sistema híbrido do carro.

Claro que ainda há tempo – a quarta geração do Prius será lançada em Portugal em Fevereiro de 2016, juntamente com o Rav4 Hybrid –, mas à pergunta colocada pelos jornalistas presentes numa conferência de imprensa na véspera da abertura e à margem do Salão de Frankfurt, os responsáveis da fabricante nipónica responderam o óbvio: “O novo Prius será melhor que o actual."

Ainda assim acrescentaram que o novo sistema híbrido será 18% mais eficiente que o conhecido. Sabendo-se que a média de consumos e emissões do Prius III é, respectivamente, 3,9 l/100km e 90 g/km de CO2, teríamos 3,2 l/100km e 74 g/km de CO2, números que se aproximam dos apresentados por um veículo plug-in. Só que estes têm uma autonomia média de 50km em modo 100% eléctrico, o que permite uma utilização diária sem consumo de combustíveis fósseis – o actual Prius só pode circular 2km em modo 100% eléctrico, embora ofereça a comodidade de a bateria não precisar de ser carregada (carrega-se com o motor e a recuperação de energia em travagens e descidas).

No entanto, embora carecendo de confirmação, é quase certo que o sistema de propulsão do Prius IV será uma versão melhorada do actual motor 1.8 a gasolina (os responsáveis da Toyota revelaram que o rendimento térmico do motor de combustão será de 40%, um valor de referência e superior aos 38,5% do Prius actual) e também que a bateria será de hidreto metálico de níquel, mais compacta e mais eficiente que a existente.

E, embora sem quantificar, os responsáveis da Toyota declararam que o novo Prius terá “melhorias significativas em termos de economia de combustível em auto-estrada”, onde o actual Prius não é tão eficiente.

Aceleração mais suave, melhor resposta, com transmissão mais refinada, maior estabilidade, maior segurança e menor ruído a velocidades elevadas são outras qualidades atribuídas à nova geração do modelo. Estes atributos dinâmicos também derivam da utilização em estreia da nova plataforma denominada de Nova Arquitectura Global da Toyota (TNGA), que irá ser aplicada em outros futuros veículos.
A capacidade da mala aumenta graças ao menor tamanho da bateria e a uma nova suspensão traseira que não rouba espaço à bagageira. Em termos de segurança, o novo Prius disporá de cruise control e uma nova função de detecção de peões para o sistema de segurança de pré-colisão.

No breve contacto que tivemos com o veículo exibido no Salão de Frankfurt, pudemos verificar nítidas melhorias no visual – o carro está mais elegante e dinâmico; a superior qualidade dos materiais e acabamentos no habitáculo; e um painel de instrumentos de fácil visualização e manejo, com a alavanca do selector de velocidades da caixa automática das dimensões e formato de um joystick de uma consola de jogos, numa posição central perto do volante. O aspecto menos conseguido é a visão para trás através do óculo traseiro, que, tal como no Prius III, continua a ser cortada pelo aileron traseiro situado a meio.

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