Fugas - Motores

Daniel Rocha

Um carro que chega equipado com anjo da guarda

Por João Palma

Arriscamos o veredicto: é talvez o melhor carro que a Opel produziu nos últimos tempos. Sério concorrente dos veículos que são referência no seu segmento, dispõe ainda de um completo sistema de assistência ao condutor.

Quem escreve sobre automóveis sabe que não há carros perfeitos: para além das qualidades, eles têm sempre alguns defeitos. Nos comunicados das marcas para a imprensa, os veículos são apresentados como a última coca-cola do deserto, mas nunca é assim.

Porém, no novo Astra é difícil encontrar pormenores (ou “pormaiores”) negativos a apontar: de série traz o famigerado kit de “reparação” de pneus, mas, para calar as críticas, o carro que nos disponibilizaram trazia uma roda de emergência (opção, 65€); a visibilidade para trás pelos retrovisores não é das melhores; e, embora haja um compartimento sob o apoio de braço ao centro e dois locais para garrafas até 0,5 litros na consola, sentimos a falta de um espaço aberto para meter carteira e telemóvel. Notam-se grandes melhorias nos materiais utilizados e nos acabamentos, mas o Astra ainda fica um pouco atrás das referências do segmento.

Mas esses pontos menos conseguidos são amplamente compensados pelos consumos, performances e equipamento disponibilizado, em particular no nível mais alto, Innovation: caso do sistema de assistência ao condutor e ao veículo Opel OnStar (de série no Innovation e em opção nos outros níveis de equipamento por 490€) e dos sofisticados faróis de matriz de LED incluídos no pack opcional Innovation Plus (1850€), uma estreia no segmento.

O novo familiar compacto da Opel pode ter dois motores a gasolina, 1.0 tricilíndrico de 105cv e 1.4 de 4 cilindros e 150cv, e duas variantes do propulsor a gasóleo 1.6 CTDI  com 110cv e 136cv. Os níveis de equipamento são três, Edition, Dynamic e Innovation, e os preços vão desde os 20.970€ do Astra 1.0 Edition de 105cv até aos 31.470€ do 1.6 CTDI Innovation de 136cv com caixa automática, passando pelos 24.720€ do 1.6 CDTI de 110cv no nível Edition.

O Astra V não só está mais bonito por fora, com linhas fluidas e elegantes, como mais leve (a redução pode ir até 200km) e aerodinâmico, com um Cd 0.285. Isso reflecte-se no equilíbrio na condução, na estabilidade em curva, na resposta mais rápida às manobras do volante e muito principalmente nos consumos: com o motor 1.6 de 110cv a gasóleo, obtivemos uma média de apenas 4,5 l/100km num percurso misto.

Além disso, tendo encolhido por fora, cresceu por dentro: quatro adultos com mais de 1,80m sentam-se à vontade no habitáculo. Os bancos dianteiros são ergonómicos e mais estreitos com ganho em espaço para quem se senta atrás, onde o quinto lugar, o do meio, é mais estreito, embora o túnel central seja pouco saliente.

O carro que conduzimos trazia a caixa manual de seis velocidades de nova geração da Opel, precisa, bem escalonada e eficiente, o que, em conjunto com o motor 1.6 CDTI de 110cv, faz com que a condução seja agradável e divertida, com boas performances nas acelerações, recuperações e em subidas mais acentuadas, sem deixar de ser poupado nos consumos.

Em função das motorizações, as caixas podem ser manuais de cinco velocidades (1.0 de 105cv) ou de seis velocidades (1.4 de 150cv, 1.6 de 110cv e 136cv), pilotada manual de cinco relações (1.0 de 105cv) ou automática de seis relações (1.6 de 136cv).

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