Fugas - Motores

  • Ricardo Campos
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Bonito e multifacetado

Por João Palma

O patinho feio que era o anterior classe A tornou-se cisne na nova geração. Por isso, a renovação agora feita só acrescentou ligeiros toques à imagem e à mecânica. Com a linha AMG, o carro que conduzimos junta beleza à eficiência.

Até 2012, o Mercedes-Benz classe A era um monovolume compacto que lembrava um caixote sobre rodas. Então deu-se o clique, com a sua transformação numa elegante berlina. Três anos depois, a marca alemã não mexeu muito no seu veículo do segmento C, mas no que mexeu, mexeu bem. Em termos estéticos (e não só…), a cereja no topo do bolo do A 200 d que conduzimos eram os opcionais AMG Line (2800€) e pack Night (500€) que o tornaram ainda mais bonito — um candidato à coroa num concurso de beleza.

O tom Vermelho Jupiter da carroçaria contrastava com a grelha frontal negra em favo de mel, os retrovisores em negro brilhante, a mesma cor das jantes específicas e do difusor de ar traseiro onde se inseriam as duas saídas de escape trapezoidais. Esse visual, que fez virar bastantes cabeças, faz parte da combinação do pack Night e da AMG Line, que inclui ainda bancos desportivos com pesponto vermelho, pedais em alumínio, inscrições AMG, nomeadamente na soleira das portas, bancos desportivos forrados a tecido/pele pretos com pespontos vermelhos, acabamentos interiores a simular carbono e uma direcção mais directa.

Melhor que palavras para descrever este bonito e elegante veículo com visual desportivo são as imagens — as destas páginas, as disponíveis no site da Mercedes ou, para quem puder, a visão do carro ao vivo. Não nos enganemos, porém, com o seu aspecto. Este Mercedes-Benz A 200 d não é um desportivo mas um carro que privilegia o conforto e economia de utilização, mesmo com a genica que lhe é conferida pelos 136cv de potência do motor 2.1 a gasóleo, com 300 Nm de binário disponível logo às 1400 rpm e, apesar de dispor de um modo Sport, a par dos modos Comfort, Eco e Individual, do sistema Dynamic Select (de série e uma novidade nesta renovação).

Prova disso são os consumos e emissões médias anunciados, respectivamente, 3,8 l/100km e 99 g/km de CO2, valores muito baixos para um pequeno familiar compacto que pesa quase 1,5 toneladas. Refira-se, porém, que a média que obtivemos num percurso variado com cerca de 300km foi 5,3 l/100km, algo superior aos números oficiais mas ainda assim bastante boa. Para os consumos reduzidos contribuiu a caixa automática de dupla embraiagem e sete relações que equipava o carro que conduzimos, com um funcionamento suave e muito eficiente, bem como um bom sistema Start/Stop.

Com recurso ao sistema Dynamic Select de série pode-se regular o funcionamento do motor, da climatização, da direcção e da suspensão. No geral, o classe A com este motor 2.1 a gasóleo na variante de 136cv e caixa automática 7G-DCT tem desempenhos muito aceitáveis nas ultrapassagens e recuperações e proporciona bastante conforto para os seus cinco ocupantes. Para além do conforto acrescido, há também melhorias na estabilidade, nomeadamente em curva, reforçada graças à suspensão com sistema selectivo opcional (950€).

Outro dos opcionais que equipavam o classe A que nos disponibilizaram era o sistema de infoentretenimento e navegação Comand Online, que inclui um ecrã a cores de 8’’ no centro do tablier (2200€). E aqui voltamos à velha questão da política das marcas premium no que se refere a equipamento opcional que deveria ser de série ou que, não sendo o caso, tem o custo inflacionado. É como as antigas SCUT: ao utilizá-las, de cada vez que passamos sob um pórtico são uns cêntimos ou poucos euros, mas grão a grão a soma final é um choque. No caso deste A 200 d, partindo de um preço-base de 36.808€, com uma coisinha aqui, mais outra ali e outra acolá, chegou-se aos 47.169€. É certo que nem tudo, como o tecto de abrir que o equipava, é indispensável, mas muito é e, além disso, o preço de certas opções, como, por exemplo, o do Comand Online, está bastante salgado.

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