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Um luxuoso SUV híbrido plug-in

Por João Palma

O BMW X5 estreia uma versão com 30km de autonomia em modo eléctrico. Não contando com o superdesportivo i8, produzido pela submarca i da BMW, este grande e luxuoso SUV é o primeiro híbrido plug-in do fabricante alemão.

Esta versão do maior SUV da gama da BMW não é uma novidade mas quase: o primeiro híbrido gasolina/eléctrico plug-in (bateria recarregável externamente e alguma autonomia em modo eléctrico) do fabricante alemão foi o superdesportivo i8, da BMW i, a submarca criada para veículos eléctricos, pelo que o X5 xDrive 40e é a estreia de um plug-in na linha geral da marca bávara. O primeiro SUV plug-in foi o Mitsubishi Outlander PHEV, embora este seja de um segmento abaixo e híbrido diesel/eléctrico.

O X5, um veículo todo-o-terreno de tracção integral, com 4886mm de comprimento, 1938mm de largura, 1762mm de altura e pesando 2305kg, não é propriamente a ideia que se faz do que deve ser um carro eléctrico — leve, de dimensões comedidas e apropriado para o trânsito urbano.

Quais são, então, as vantagens da variante híbrida plug-in do BMW X5 face a outros SUV de luxo? Antes de mais, o preço: o BMW X5 xDrive 40d a gasóleo, com os mesmos 313cv de potência tem um preço-base de 93.900€ face aos 79.500€ do X5 xDrive 40e, que custa menos, tirando partido dos benefícios fiscais por ser um veículo eléctrico. Por outro lado, embora com autonomia algo reduzida em modo 100% eléctrico — cerca de 20km reais face aos 31km teóricos anunciados pela marca —, em cidade e em modo de gestão automática da propulsão é possível fazer médias inferiores a 3,5 l/100km. Num percurso de cerca de 400km, sendo 80% extra-urbano, obtivemos 9,0 l/100km, ainda assim uma média muito razoável para este pesado paquiderme.

O todo-o-terreno tem três modos de propulsão: gestão automática (misto eléctrico/gasolina), Max eDrive (100% eléctrico) e Save (só motor de combustão, para se poupar carga da bateria). Além disso, também dispõe dos três modos de condução comuns ao resto da linha X5: Comfort, Eco Pro e Sport.

A bateria de iões de lítio está alojada sob a bagageira que, por isso, tem menos 150 litros de capacidade face à dos outros X5 (mesmo assim, com uns muito aceitáveis 500 a 1720 litros) e é responsável pelo peso deste híbrido (2185kg). Carregámos a bateria numa vulgar tomada doméstica sem quaisquer problemas, salvo o facto de a carga completa ter demorado cerca de seis horas e não as 2h48m anunciadas pelo construtor.

Este é um veículo que está como peixe na água nas largas auto-estradas e nos amplos estacionamentos norte-americanos. Não é por acaso que o grosso das vendas do X5 seja nos EUA, onde as preferências recaem sobre carros grandes e pesados. Na Europa, em particular nas estreitas ruas de velhas urbes, a conversa é outra: as dimensões do X5 e um diâmetro de viragem de 12,7m entre paredes podem colocar alguns problemas em vielas tortuosas. Uma coisa, porém, tem de ser sublinhada: com carros de muito menores dimensões já tivemos mais dificuldades em ultrapassar em segurança obstáculos de difícil visibilidade. É que com a profusão de muito úteis câmaras e sensores (de série e opcionais) que equipavam este X5 xDrive 40e é praticamente impossível bater: visão a 360º de tudo o que circunda o carro, sensores a apitar por todo o lado…Pode ser inviável fazer uma curva apertada ou a rua ser tão estreita que não se consiga passar, mas tudo é visível e nesses casos há que fazer marcha-atrás e escolher outro percurso.

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