A aposta nos sistemas híbridos está de pedra e cal na Toyota e chega, por fim, ao SUV familiar RAV-4, um modelo que já segue na sua quarta geração e que reclama um número de vendas em todo o mundo superior a seis milhões. A estreia faz-se acompanhar por um novo bloco turbodiesel de 2.0 litros e 143cv.
O veículo, numa quase renúncia à sua própria identidade — afinal, RAV4 significa veículo de recreio activo 4x4 (Recreational Active Vehicle 4wd) —, passou nesta quarta geração, datada de 2013, a revelar uma clara aposta na tracção 4x2. A mudança acompanhou de certa forma as preferências do mercado e pretendeu adaptar o produto à bem mais feroz concorrência do que a que existia quando o seu primeiro modelo, em 1994. Agora, inova ao introduzir não só o sistema híbrido como a limitar a oferta de tracção integral a este — e apenas recorrendo a um segundo engenho eléctrico.
O RAV-4 Híbrido com tracção dianteira une um propulsor térmico de 2.5 litros em ciclo Atkinson com 157cv a um motor eléctrico. Este é alimentado por um gerador e uma bateria de hidretos de níquel metálicos com 204 células, situada sob o banco traseiro, e produz energia equivalente a 145cv. Já o modelo com tracção integral está equipado com um segundo motor eléctrico, montado no eixo traseiro. A gestão da tracção fica a cargo de um sistema electrónico, o E-Four, que, pela primeira vez dispensando a ligação entre os eixos dianteiro e traseiro, gere electronicamente a tracção e disponibiliza uma capacidade de reboque até 1650kg. No conjunto, a potência combinada do veículo, quer com tracção dianteira quer com integral, é de 197cv.
Ao nível de performance, a aceleração dos 0 aos 100 km/h cumpre-se em 8,3 segundos e o consumo médio oficial foi fixado pela marca nos 4.9 l/100 km. Em emissões de CO2, o RAV-4 consegue tirar um bom partido do apoio eléctrico: anuncia apenas 115 g/km.
A versão diesel, sobre a qual recaem as preferências do mercado português no que diz respeito a este segmento, mantém um propulsor de 2.0 litros, mas viu a sua potência aumentada em 19cv para 143cv, revelando um torque de 320 Nm. No caso dos consumos, a Toyota não avança com a média, mas com o mínimo em circuito misto para o bloco a gasóleo de 4,7 litros por cada cem quilómetros. As emissões fixam-se num mínimo de 123 g/km.
O bloco diesel chega acoplado a uma caixa manual de seis velocidades, enquanto a motorização híbrida é gerida por uma e-CVT, com possibilidade de seleccionar as mudanças manualmente no selector sequencial Shiftmatic (apenas na manete) e de escolher três diferentes modos de condução: EV, para puro eléctrico; Eco, a privilegiar eficiência; Sport, a dar primazia aos desempenhos.
Outras novidades passam por uma suspensão revista, com maior número de pontos de soldadura na área traseira, o que terá permitido aumentar rigidez torsional. À frente, mantém-se a suspensão independente tipo MacPherson, sendo de referir alterações às molas e amortecedores com vista a melhorar o desempenho do veículo ao nível do conforto dos seus ocupantes.