Fugas - Motores

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Uma carrinha que não se inibe em ser premium

Por Carla B. Ribeiro

Sem grandes mudanças aparentes face ao modelo anterior, a A4 Avant está nesta nova geração mais premium do que nunca, primando pela robustez e solidez.

Desde o seu nascimento, em 1994, o A4 assumiu-se como um modelo no qual brilhavam os elementos luxuosos, com a marca de Ingolstadt a mostrar uma alternativa cada vez mais real aos caprichos também alemães da BMW ou da Mercedes. Mais de 20 anos depois, o mesmo modelo não só não se deixou ficar para trás como revela cada vez mais luxos que primam pela sobriedade e solidez.

Assim como a limusina, a carrinha, com a habitual designação Avant, também não é estrondosamente diferente da geração anterior. De tal maneira que é preciso um olhar bem atento para perceber as diferenças. Embora uma faça uma grande diferença: o tamanho. A nova A4 está maior do que a sua antecessora e esse crescimento traduz-se sobretudo em mais espaço no interior do veículo, sobretudo para os passageiros traseiros.

Com praticamente as mesmas dimensões da versão carro — 4725mm de comprimento e 1842mmm de largura, apresentando-se apenas mais alta em 7mm, com 1434mm —, a Avant permanece com maiores quotas de habitabilidade e melhores soluções de arrumação. Para começar, a mala oferece uma capacidade 505 litros (1510 litros com a segunda fila de bancos rebatida) contra os 480 litros (1434, com bancos rebatidos) da berlina. Depois, prima pela facilidade de acesso e pelas várias soluções que ajudam à boa arrumação: fundo reversível (um dos lados em borracha), redes, barras telescópicas, cintas elásticas e grampos de fixação... O portão traseiro pode ser aberto sem mãos, com um movimento de pé sob a traseira do veículo, e fechado, o que é uma novidade.

Visualmente, mantém os traços que o caracterizam, apostando num estilo sóbrio, mas adopta várias características dinâmicas que o aproximam bastante do design dos seus irmãos maiores. À frente, destaque para uma nova grelha de lâminas prateadas, e para novos grupos ópticos: de série, tal como acontece com o carro, a Avant chega equipada com luzes Xénon, mas é possível optar por LED ou Matrix.

De perfil, observam-se linhas pronunciadas que, além de se imporem esteticamente, contribuem para uma melhoria nos coeficientes aerodinâmicos: Cd 0.26 de resistência e Cx 0.26 de penetração. As qualidades aerodinâmicas aliam-se a uma redução de, em média, 120kg no peso face à carrinha da geração precedente. Um feito conseguido recorrendo à plataforma modular MLB e a um maior número de componentes em aço de alta resistência e alumínio. A redução de peso e a melhoria nos coeficientes de aerodinâmica também não são alheios a uma cada vez maior poupança nos consumos. A Audi avança com uma média em torno dos 4,2 l/100km. A marca não nos foi fácil de alcançar, mas conseguir manter, mesmo em caos urbano, os consumos abaixo dos sete litros num carro com mais de tonelada e meia e 190cv pode ser colocado na coluna dos seus pontos a favor.

Mas o bloco ensaiado, o diesel de 2.0 litros e 190cv, distingue-se por outros pontos, como é o caso do seu funcionar suave, sendo quase imperceptível o ruído no interior do habitáculo. Mostrando-se mais sólido que divertido, o propulsor, com uma linha de binário máximo de 400 Nm entre as 1750 e as 3000 rotações, consegue também exibir uma veia animada sobretudo quando se opta por uma condução dinâmica associada à caixa Stronic em modo manual. Mesmo assim, a carrinha não abandona as suas qualidades de conforto e, mesmo quando puxada, em momento algum se sente que se possa ser traído pelo seu poder.

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