Fugas - Motores

  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha
  • Daniel Rocha

Um escritório com rodas

Por Carla B. Ribeiro

Há carros que conseguem ser mais que um mero meio de transporte. Bom exemplo disso é o Série 7 da BMW, que leva o conforto muito a sério. E com o bloco diesel de 3.0 consegue aliar boas performances a economia.

Não o foi. Mas este texto poderia ter sido escrito a bordo deste automóvel. E sem correr o risco de enjoar. Só por isso, o Série 7 consegue ser uma boa solução para quem tem no carro uma espécie de base de trabalho. Até porque, embora seja carro para dar vários prazeres a quem o conduz, dificilmente o proprietário se sentará noutro lugar que não o banco traseiro.

A bordo do navio-almirante da marca bávara consegue-se ter o melhor de muitos mundos, mas é aquele que mais se destaca. Aqui dentro é possível trabalhar quase tão confortavelmente como sentado no escritório, sem que faltem as tecnologias necessárias para cumprir todo o tipo de tarefas. O acesso à Internet, por exemplo, pode ser instalado e é rápido, como pudemos comprovar. Além do mais, nem sequer é necessário levar o portátil connosco. Um tablet instalado na consola do banco traseiro (sim, pode-se dizer que o banco traseiro usufrui de uma consola própria) não só permite fazer a gestão de todas as funcionalidades do carro — ao ponto de quase substituir quem conduz — como pode ser utilizado para as mais diversas coisas: escrever mails, textos, consultar conteúdos web, etc. Farto de trabalhar? Não há motivos para sair do carro. Basta colocar os auriculares e escolher: ouvir música (o Série 7 pode ser equipado por um evoluído sistema de som surround da Bowers & Wilkins Diamond), assistir a um filme ou até mesmo ver a programação de um dos canais televisivos. Tudo num ecrã sabiamente colocado nas costas dos bancos dianteiros.

Aproveitando o espaço desta versão longa pode-se até esticar as pernas caso se ocupe o lugar traseiro do lado direito: o banco da frente pode ser totalmente rebatido, ao mesmo tempo que o banco de trás pode ser reclinado. E os pés? Descansam-se sob uma pequena plataforma que se eleva das costas do banco da frente. Enquanto os assentos vão assumindo a posição de descanso, o ecrã, automaticamente, se orienta para que não se perca pitada da acção.

Ainda falta um incentivo? Nesse caso, é ligar a função de massagens, escolhendo a mais indicada. O problema é tensão na cervical? Então a resposta está numa massagem na zona dos ombros. Dores no tronco? Escolha-se o exercício lombar. E se a fome apertar basta ir ao frigorífico, com acesso entre os dois lugares traseiros.

Mas não é apenas atrás que se tem direito a mordomias. Até porque se há coisa que se deseja quando se é conduzido é que quem o faz vá perfeitamente satisfeito. Com função de massagem activada, o banco do condutor mais parece um assento real. Mas as verdadeiras alegrias chegam quando nos fazemos à estrada e percebemos que, mesmo sem querer competir com os mais potentes, este bloco diesel parece estar sempre pronto para tudo, revelando o impressionante binário máximo de 650 Nm, mas sem que nunca comprometa o conforto, primando sobretudo pela suavidade. Mesmo conduzindo em modo mais agressivo. Para mais, caso se opte por uma condução cuidadosa, consegue-se colocar a fasquia do consumo abaixo dos dez litros — um valor que se pode considerar poupado quando equacionamos que servem para alimentar 265cv. Ainda para o condutor é de salientar um revisto Head-Up Display, que pode ser adquirido como opção, e que traz melhor visibilidade das várias orientações/informações.

--%>