A aposta na electricidade é de tal forma na marca automóvel alemã de Böblingen que em determinados mercados está excluída a comercialização dos blocos a combustão. Em Portugal isso não acontece, mas a versão eléctrica dos pequenos citadinos, fortwo coupé, fortwo cabrio e, em estreia, forfour, chega com vontade de captar uma fatia de clientes cada vez mais orientada para a sustentabilidade e para a preservação do planeta. Os smart electric drive (smart ed) começam a circular pelas estradas portuguesas no Verão a partir de 22.500 euros.
O smart é por excelência um automóvel pensado para a cidade, sendo extremamente fácil de manobrar (no caso do fortwo, para inverter o sentido de marcha bastam-lhe sete metros entre passeios) e que, com os seus 2695mm cabe em qualquer buraco — quem nunca viu um smart de dois lugares estacionado num lugar bizarro? Por isso, faz todo o sentido para os responsáveis da marca a existência de versões eléctricas, uma alimentação mais apropriada para quem cumpre sobretudo circuitos urbanos. Primeiro, porque a morte dos combustíveis fósseis já foi mais do que anunciada — ainda esta semana, a Noruega informou, através da agência governamental para a sustentabilidade Elbil, o objectivo de levar as vendas de automóveis movidos a gasolina ou gasóleo para zero unidades até 2025 — e, sobretudo, porque serão os centros urbanos os primeiros a vedarem o acesso a veículos com motor de combustão.
Assim, os novos smart ed chegam equipados com um motor eléctrico, instalado atrás e com o selo da Renault, capaz de desenvolver uma potência de 82cv (mais sete que o engenho que equipava o anterior smart fortwo eléctrico) e um binário constante de 160 Nm.
O motor é alimentado por uma bateria, produzida pela Deutsche Accumotive, uma subsidiária da Daimler, com uma capacidade de 17,6 kWh. Este valor traduz-se numa autonomia de até 160 quilómetros para o fortwo coupé (tanto o cabrio como o forfour chegam com uma autonomia de 155km). A autonomia anunciada, pudemos comprovar, não fica longe dos valores reais e, mesmo com a pressão do aumento da autonomia nos carros eléctricos, a smart mantém-se à parte dessa corrida. De acordo com o gestor de produto da smart, Rouven Remp, esta é uma corrida inglória. “O aumento da autonomia exige um maior número de módulos nas baterias e consequentemente de mais espaço”, refere. Mas a consequência mais perigosa, alerta o mesmo responsável, é o aumento dos custo de produção e do preço, tornando estes carros pouco democráticos. “E isto tudo para percorrer diariamente entre 20 e 40 quilómetros, o que torna o investimento pouco frutífero.”
Composta por três módulos, cada qual com 32 células de iões de lítio, a bateria foi trabalhada no sentido de ser mais leve (160kg) e está localizada sob os bancos de forma a não prejudicar o espaço para ocupantes (dois ou quatro) e bagagem (190 litros no fortwo coupé; 185 no forfour e zero no caso do cabrio). De referir que o conjunto das baterias usufruem de oito anos de garantia ou 100 mil quilómetros.