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Histórica Quinta dos Frades estreia-se com um grande tinto do Douro

Nos Frades, os enólogos responsáveis pelo projecto, Anselmo Mendes e João Silva e Sousa, têm andado a estudar parcela por parcela e já se deixaram encantar por três talhões de vinha velha onde a casta Touriga Franca predomina. São de lá que vêm as uvas do Quinta dos Frades Grande Reserva 2008, o vinho principal da quinta (foram produzidas 18.500 garrafas). É feito com 80 por cento de Touriga Franca, sendo o restante preenchido com uvas de quase duas dezenas de castas. Vinifi cado em lagar, com pisa a pé, estagia 12 meses em barricas de carvalho francês da famosa tanoaria Seguin Moreau.

Para um vinho de estreia, é um caso muito sério. Tem o que se espera de um grande vinho do Douro, ou seja, volume, garra, estrutura, taninos poderosos, aroma e sabor complexos, mas tudo num registo elegante e muito mais fresco do que é normal. Vai valer a pena seguir a sua evolução. Pelo que mostra nesta fase, é vinho para durar muitos anos e atingir um nível sensorial ainda mais empolgante. Para já, pode dizer-se que o Douro tem mais um vinho de topo e a um bom preço: 24 euros.

A Quinta dos Frades comercializa um segundo vinho tinto, o Vinha dos Deuses, cuja colheita de 2008 (6700 garrafas) foi apresentada pela primeira vez também no passado dia 29 de Março. As uvas são provenientes dos melhores talhões de vinhas velhas da quinta, mas o vinho não tem a mesma complexidade e riqueza do vinho principal. Está mais óbvio e fácil na prova, sobretudo nas notas de café e de especiarias que se insinuam no aroma e na polidez dos taninos. É, em todo o caso, um belíssimo vinho, muito saboroso e guloso, e custa quase metade do preço do Grande Reserva.

As vinhas velhas da Quinta dos Frades dão origem ainda a um terceiro vinho, o tinto Lua Nova em Vinhas Velhas, mas este é um projecto do grupo Wines & Winemakers, a que estão ligados Anselmo Mendes e João Silva e Sousa. A produção ronda as 100 mil garrafas. Foram provadas as colheitas de 2010, 2009 e 2008 e, das três, como seria de esperar, a mais excitante é, nesta fase, a de 2008. Para um vinho de cinco euros, está estupendo.

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