As conclusões não são propriamente surpreendentes, mas deixam claro que o recurso a vedantes sintéticos e a cápsulas de alumínio para arrolhar vinhos continua a não ser uma possibilidade muito do agrado dos consumidores portugueses. Um estudo realizado por Lídia Moreira, licenciada em Marketing e mestre em Economia e Administração de Empresas e com ligação profissional à duriense Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, mostra que os portugueses preferem as rolhas de cortiça a outros vedantes alternativos, apesar de o consumidor comum ser "pouco envolvido e interessado em questões ligadas ao vinho".
A partir de um inquérito realizado a 616 pessoas, Lídia Moreira concluiu que mais de 70 por cento dos consumidores portugueses preferem os vinhos com rolhas de cortiça. Destes, um pouco mais de metade associa a cortiça a um produto amigo do ambiente e 86,2% a vinhos de alta qualidade, vinho para envelhecer e vinho tradicional. No entanto, no acto da compra, apenas uma pequena percentagem pensa no impacto ambiental do vedante do vinho.
Os vinhos para beber jovens são aqueles que reflectem associações mais fracas com a cortiça (43,5%) e onde há uma maior aproximação com os vedantes sintéticos (28,4%).
Perto de 30 por cento dos inquiridos associam as cápsulas de rosca e os vedantes sintéticos a vinhos de baixa qualidade.
Considerando o tipo de vedante, 48 por cento dos inquiridos afirmou estar disposto a pagar qualquer preço por um vinho vedado com rolhade cortiça. Em relação aos vedantes sintéticos e às cápsulas de rosca, 66 por cento não pagaria mais de cinco euros por cada garrafa.