Psicólogo clínico de formação, Jay Miller é conhecido por ser generoso nas notas que atribui, ao contrário do provador para Portugal, Mark Squires, considerado o mais conservador de todos os colaboradores de Robert Parker. Miller já distinguiu vinhos espanhóis com 100 pontos, o máximo possível (algo que o próprio Parker nunca fez). Em Espanha, onde prova desde 2007, o seu percurso tem sido marcado por alguma polémica, não só pelas altas notas que atribuiu a certos vinhos, muitas delas completamente desproporcionadas, mas também por alegadamente já ter sido presenteado com viagens e outras mordomias pagas por produtores.
Estas acusações ganham uma maior relevância por se tratar de um provador de Robert Parker, o crítico mais influente do mundo e que faz gala de não aceitar nada dos produtores, a começar por publicidade na sua revista, a "The Wine Advocat". Apesar dos "mails" serem altamente comprometedores para Jay Miller, Parker já veio defendê-lo, anunciando ter contratado advogados para accionarem judicialmente os autores das denúncias. Por seu lado, Miller justificou o pedido de demissão com o desejo de fazer a sua defesa fora da "Wine Advocat", dizendo-se de consciência limpa e garantindo que nunca aceitou, nem solicitou, dinheiro para visitar regiões vitícolas e adegas.
Jay Miller vai ser substituído em Espanha pelo britânico Neal Martin, que já era colaborador da "Wine Advocat" mas que ainda não tinha nenhum país sob a sua responsabilidade. Não se sabe ainda quem vai ficar com a responsabilidade de provar os Porto Vintage.