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Revista «Monocle» faz capa com Geração Lusofonia e dedica-se aos países de língua portuguesa

Por Luís J. Santos

"Geração Lusofonia: o porquê do português ser a nova língua do poder e dos negócios", lê-se na capa da edição de Outubro da conceituada revista internacional "Monocle". Um número dedicado aos países lusófonos, por onde também se passeia pelos Açores e Comporta, se visita Siza ou se destaca a modernidade da cortiça.

"São soalheiras, lindas e seguras, mas Portugal parece não saber o que fazer com elas. Talvez seja tempo de começar a reconhecer o potencial dos Açores". É a entrada para um dos artigos de destaque da nova edição da "Monocle". Este intitula-se "Esperando nas ilhas", mas toda a revista é dedicada não só a Portugal como a todo o mundo lusófono, com temas desenvolvidos do Brasil a Timor, de Moçambique a Angola.  

Entre as muitas figuras destacadas, Álvaro Siza Vieira e o seu "foco firme no futuro" ("apesar da situação difícil do seu país") com passagem peas suas obras de arquitectura.

Saltando de país lusófono em país lusófono, a revista pára também na Comporta para analisar o "design vernacular" da herdade (que joga entre o turismo, os vinhos e a restauração, o golfe e o imobiliário) e segue ainda para Coruche, onde está sediada uma unidade industrial do grupo Amorim, para realçar o império e desenvolvimento global da cortiça.  

Na capa da revista, três jovens dão a cara pela chancela "Geração Lusofonia", que faz a "manchete" da revista. E cada um serve de "modelo" para temas em destaque, sendo cada título traduzido para português (do Brasil): Portugal surge com os Açores em destaque, com chamada para o artigo sobre porque devemos "ficar de olho" nas ilhas; de um lado, sublinham-se os motivos por que em Brasília é essencial ter amigos bem colocados e, de outro, promete-se explicar "quem você precisa conhecer em Luanda".

Publicação mensal de culto para muitos e a marcar tendências em todo o mundo desde 2007, a "Monocle", em inglês e com sede no Reino Unido, lança um olhar especial e profundo aos países da lusofonia e procura analisar os motivos pelos quais o português está a tornar-se "crescentemente, a língua dos negócios, da diplomacia, desporto e cultura". "A comunidade de países de língua portuguesa é constituída por oito países espalhados por quatro continentes, partilhando apenas essa língua comum. A Monocle visitou-os para descobrir se estão todos a cantar a mesma canção", resumem.

Pela revista, reporta-se o desenvolvimento de Angola e o "êxodo de executivos" portugueses para o país ("com o seu país no meio de uma ruína económica, milhares de portugueses encaminham-se para uma Angola necessitada de mão-de-obra especializada, em busca de empregos lucrativos"), analisa-se a comunidade portuguesa em França ("a maior no país", com "mais de um milhão de portugueses registados em consulados por todo o país") e conversa-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros brasileiro, António Patriota, para saber o que faz o país para ultrapassar a imagem de só "futebol e sol".

Entre viagens a Maputo, para descobrir "uma jóia da arquitectura em África", recheada de marcas dos portugueses e "relíquias coloniais", e ao Brasil, para espiar a produção televisiva do país ou o mundo dos centros comerciais de topo de São Paulo, vão também apreciando as conservas portuguesas ou produtos como as havaianas. A revista lista ainda diversas personalidades empreendedoras e "pessoas inspiradoras" que dão cartas no "mundo que fala português". 

"A edição de Outubro da Monocle diz olá ao mundo", cumprimentam (com o olá, claro, em português) no podcast de apresentação da revista, onde, nas suas páginas, se questiona a dado passo se é "agora o momento" dos países lusófonos combinarem forças e darem vazão ao potencial da comunidade.

A revista custa 8,50€ em Portugal. No site, os artigos estão apenas acessíveis a assinantes.

www.monocle.com

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