O canal norte-americano CNN escolheu sete motivos que poderiam fazer de Lisboa a cidade mais cool da Europa. Segundo a jornalista Fiona Dunlop, a capital portuguesa tem um ambiente encantador, boa comida e uma animada vida nocturna, atributos essenciais, segundo a autora, para as cidades que querem ser as melhores do continente.
A vida nocturna da capital portuguesa põe a de Madrid num chinelo e essa seria o primeiro trunfo lisboeta. “Se acha que Madrid fica acordada até tarde, experimente sair à noite em Lisboa”, desafia a autora. Argumenta que a cidade é menos de discotecas, e mais de bares. Descreve como se pode deambular pelas ruas de paredes "graffitadas" do Bairro Alto, onde situa 250 pequenos bares. Um percurso que continuaria a descer, rumo ao rio Tejo e ao Cais do Sodré e que ficaria completo com uma viagem até Santa Apolónia, “numa das mais populares discotecas” da cidade, o Lux.
A segunda razão é a renovada cozinha portuguesa. Além do “já conhecido bacalhau”, dos históricos cafés e das antigas tabernas, a capital tem uma série de restaurantes “modernos, sofisticados e acessíveis”. Num outro patamar, a restauração oferece as bifanas suculentas que os lisboetas gostam de comer nos restaurantes de ruas escondidas. E obviamente o pastel de nata.
O terceiro motivo é a ironia dos lisboetas que, apesar da austeridade, não abdicam deste recurso, segundo a jornalista da CNN. Não só na capital, mas de todos os portugueses, a ironia é a defesa contra os tempos e contra a crise, acrescenta a autora.
O quarto motivo são os castelos e as praias, diferentes ambientes em que há uma constante: a boa gastronomia sempre por perto. Ignorando os casos mais críticos de abandono urbano ou de construções em mau estado, o artigo elogia o design da cidade, focando alguns exemplos de arquitectura contemporânea que favorecem o aspecto da capital. O antigo é vintage e o moderno é de bom gosto. Edifícios espalhados por Lisboa mostram a harmonia entre o contemporâneo e o velho, a mistura entre uma peça de design mais recente e uma peça antiga recuperada.
A penúltima razão é a arte. As colecções mais famosas podem morar em capitais como Londres, Paris ou Madrid, mas o que há em Lisboa reflecte a história portuguesa, destaca a autora. Na Calouste Gulbenkian, ou no Museu Berardo, ou ainda no Museu Nacional de Arte Antiga, estende-se um leque alargado de oferta.
O último motivo são as ruas lisboetas. “Fascinantes”, elogia a autora, as ruas cruzadas e entrelaçadas fazem com que caminhar pela cidade seja tudo menos maçador. Vislumbrar as paredes dos característicos azulejos, tanto em museus como nas fachadas de Alfama e Mouraria, ou poder pisar e observar por toda da cidade a esquecida, e não apontada pela jornalista, calçada portuguesa.
Lisboa soma diversos prémios turísticos, entre os quais o World Travel Award, os “óscares do turismo”, para melhor destino da Europa numa escapadinha urbana (city break). Para o turista, diz a CNN, deveria ser uma prioridade.
A autora do artigo, Fiona Dunlop, é uma jornalista inglesa que escreve sobre viagens há mais de 20 anos. Foi autora do guia de viagens de Espanha para a National Geographic Traveler, em 2001, e do de Portugal, em 2005. Tem livros publicados sobre diversos países do mundo, como Síria, Cuba, Líbia, Índia, México, Vietname, Indonésia. Ou sobre cidades, como Paris ou Singapura.