A revista Wilder, disponível desde 23 de Janeiro, é uma publicação online sobre a natureza e gostaria de levar os leitores a viverem e a entusiasmarem-se com o campo.
“Gostava de criar uma publicação que entusiasmasse as pessoas em relação à natureza”, conta Helena Geraldes, coordenadora da nova revista e antiga jornalista do PÚBLICO, até 2012, onde também era responsável pelo canal Ecosfera no site. “A Wilder foi o projecto que surgiu depois de sair do PÚBLICO. Pensei: ‘Por que não criar um projecto sobre a natureza em Portugal?’ Actualmente não há nenhuma revista de nicho sobre esta questão.”
O núcleo central da publicação conta ainda com a jornalista Inês Sequeira, que também trabalhou no PÚBLICO até 2012, e agora escreve para a agência Lusa, e a jornalista multimédia Joana Bourgard, que esteve no mesmo jornal até 2014, altura em que foi para a Rádio Renascença. O projecto está a ser planeado há um ano. O conteúdo é de acesso livre e o site irá apostar na publicidade para gerar receitas.
A biodiversidade, a natureza nas cidades, a história natural ou a ciência feita com a colaboração dos cidadãos serão alguns dos temas que se podem encontrar na Wilder. Haverá ainda informação sobre o que se pode fazer no campo.
“O site terá noções básicas para as pessoas terem algumas referências no campo”, explica Helena Geraldes. “Grande parte do problema que existe com o mundo natural é que não reconhecemos momentos na natureza que nos dêem recompensas emocionais”, defende a jornalista de 37 anos.
Há ainda uma aposta na divulgação de cultura referente a este nicho, como o desenho científico, a fotografia científica ou livros sobre a natureza. Há informação actualizada sobre actividades relacionadas com a natureza em Portugal e uma secção onde o leitor tem um resumo das principais exposições dos grandes museus de história natural e ciência da Europa e dos Estados Unidos.
Aliás, um dos primeiros temas é uma entrevista a Stuart Hine, director do Centro para a Biodiversidade do Museu de História Natural de Londres, que explica que o centro está aberto a qualquer pessoa que tenha encontrado na natureza (ou no jardim de casa) uma aranha, uma borboleta ou outro insecto e queira identificar a espécie. “Sentamo-nos com essa pessoa e dizemos-lhe o que trouxe. Normalmente, são criaturas muito vulgares”, explica o especialista à Wilder. “É muito gratificante poder derrubar mitos e garantir que aquilo não vai comer as suas cortinas nem fazer mal aos filhos ou ao cão.”
A revista vai ter artigos novos todas as semanas, mas será marcada pelo ritmo das estações do ano, com propostas de actividades que estarão relacionadas com o que se pode fazer na natureza de acordo com as estações. Agora no Inverno, há um artigo sobre a vida selvagem que se pode observar em Lisboa.
Um objectivo da revista é ajudar a criar um grupo de cidadãos, interessados pelos temas da natureza, que se envolvam com a Wilder. “Motivar o entusiasmo pelo mundo natural é difícil e complexo para ser feito só com cientistas, jornalistas e ambientalistas. Tem de se gerar uma massa crítica”, diz Helena Geraldes.
Um exemplo são os correspondentes da publicação: “Amadores com gosto imenso pela natureza que registam o que estão a ver a dois passos de casa. Espero que outros sigam este registo e procurem as coisas naturais à sua volta.”