Na praia da Rosa Branca, em Quarteira, David Gonçalves molha os pés na espuma das ondas enquanto a mulher se banha ao sol. O casal, de Santo Tirso, aproveitou os descontos da época baixa para gozar férias em Maio. “Apanhámos uma semana de mau tempo, mas têm estado uns bons dias de praia, espectaculares”, diz, elogiando a tranquilidade naquelas paragens. O homem do Norte revela: “Gosto de Quarteira, venho para aqui há muitos anos. Lá em cima também temos boas praias, mas a água é fria.”
Ali perto do casal, no praia do Vidal, o concessionário acelera as operações de apoio aos banhistas. Os paus dos toldos já estão espetados e a partir de segunda-feira muda a paisagem à beira-mar, com a instalação das sombrinhas e dos toldos.
Em Albufeira, a abertura oficial da época balnear aconteceu há três semanas. Desde que a segurança e a assistência nas praias sejam garantidas, a legislação passou a permitir que as câmaras possam abrir as praias em qualquer altura do ano. Além dos ingleses e dos portugueses, Desidério Silva prevê que os espanhóis reforcem a presença nas praias do Sul: “É um mercado com grande potencial de crescimento”, observa.
Na semana passada, acrescenta, a RTA esteve a desenvolver uma campanha promocional em Barcelona e Madrid, tendo suscitado muito interesse por parte dos operadores turísticos. “Os voos vindos de Espanha estão a chegar a Faro com uma média de 80% de ocupação, e a tendência é para subir”, sublinha.
Por seu lado, o representante da AHETA diz não se espantar com o que se está a passar na Península Ibérica: “A Turquia, que recebe 28 milhões de turistas por ano, deverá ter uma quebra de dez milhões em 2016, devido à instabilidade que se verifica na zona.” Por isso, o Algarve, que regista uma média de 2,5 milhões de visitantes por ano, é “natural que beneficie dessa circunstância”.
A complicar o cenário estão as obras de requalificação da Estrada Nacional (EN 125), que ameaçam tornar-se em mais um dos constrangimentos à mobilidade na região. Os trabalhos, ao contrário do que estava previsto, ainda não pararam. O Ministério do Planeamento e Infra-Estruturas anunciou, no mês passado, que iria apresentar um “plano de circulação” para minimizar os impactos negativos dos trabalhos antes do Verão, mas ainda não aconteceu.
Boliqueime é uma das zonas de maior conflitualidade de tráfego nesta via, e mesmo depois de terminados os trabalhos é previsível que outros bloqueios possam vir a surgir. A construção de passeios e alguns estacionamentos laterais não deixou espaço para a circulação de ambulâncias e outros veículos de emergência. Em caso de acidente, alerta o presidente da RTA, Desidério Silva, “poderão estar em causa vidas humanas, por falta de assistência”.