Se em 2015 houve duas produções encenadas diariamente no palco natural da margem do rio Cáster, junto à mata das Guimbras, este ano a oferta passa para quatro espectáculos de grande formato. O espaço também foi reconfigurado: a plateia ficará no lado oposto do mesmo curso de água, num espaço com capacidade para cerca de três mil pessoas, metade em lugares sentados.
“Aumentámos a bancada da plateia, colocámos no palco um mosteiro relaccionado com a rainha Santa Isabel [figura central do período histórico recriado este ano: o reinado de D. Dinis, numa viagem aos séculos XIII e XIV] e demos a esse elemento cénico várias valências para que, em vez de ser usado em apenas dois espectáculos, ele possa ser utilizado em quatro”, contou à Lusa o diretor-geral da recriação organizada pela autarquia e pela federação das colectividades locais.
“Este foi o palco que a Viagem Medieval descobriu e é um dos factores mais diferenciadores do evento, pelo que quisemos dar-lhe ainda mais conteúdos para que o público possa usufruir”, avançou Paulo Sérgio Pais.
A comemorar a 20.ª edição, a Viagem Medieval vai ter, então, quatro grandes produções diárias naquele palco, com uma duração individual de cerca de meia hora.
Em honra de Isabel, às 18h30, conta uma história focada naquela monarca e no facto de ela ter sido donatária do castelo de Santa Maria da Feira. Dinis e Isabel, às 21h15, abordará a vida do casal recorrendo a uma maior componente cénica e a “um mínimo de 100 figurantes”. Segue-se A Conspiração, às 23h30, com um enredo de “cariz mais militar” sobre a tentativa de destronar D. Dinis. E, já pelas 00h30, O Legado cruza “o legado que a História deixou a Portugal com o legado que a Viagem Medieval deixou a Santa Maria da Feira”.
O principal evento organizado anualmente na cidade – galardoado no início do ano com o Premio Ciudad de Castellón pelo seu prestígio internacional – regressa ao centro histórico de Santa Maria da Feira de 27 de Julho e 7 de Agosto, contando com mais de 25 áreas temáticas no recinto e quase 300 tabernas, restaurantes e bancas de artesãos e de mercadores.
Entre as novidades, há ainda uma nova tabela de preços, com valores diferenciados consoante o dia da semana, entre 1,50€ e 4€. Ao contrário das edições anteriores, também o primeiro dia do evento terá entrada paga. O objectivo do novo tarifário é regular o fluxo de visitantes ao longo dos 12 dias do evento, que em 2015 terá recebido mais de 500 mil pessoas, cerca de 75 mil das quais num único dia.
“Instituímos a entrada paga em 2011 e, após cinco anos de análise aos fluxos de público, o que as estatísticas mostram é que as tendências se repetem: segunda e quarta-feira são os dias com menos visitantes, enquanto os sábados e a última sexta-feira são aqueles em que recebemos mais gente”, revelou o responsável.
“É por isso que a nossa nova lógica de preços procura reforçar algum retraimento nos dias de pico e estimular mais acessos nos dias que eram menos procurados, o que é aconselhável não apenas por questões de segurança e logística, como as que se referem a trânsito e estacionamento, mas também como forma de garantir que todos usufruem melhor do espaço e se sentem mais à vontade”, realçou.
Além dos bilhetes diários, há uma pulseira de livre-trânsito, que dá acesso a todos os dias do evento. Custa 5€ até ao início do evento e, a partir daí, 7€. Crianças com altura até 1,30 metros continuam a não pagar.