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  • Duarte Leal da Costa e Nelson Rolo durante a prova de vinhos
    Duarte Leal da Costa e Nelson Rolo durante a prova de vinhos DR
  • As oito edições do Invisível, à direita está a garrafa de 2009
    As oito edições do Invisível, à direita está a garrafa de 2009 DR
  • O vinho é recomendado para acompanhar comida japonesa
    O vinho é recomendado para acompanhar comida japonesa DR

Um vinho Invisível que é branco e feito de uvas tintas

Por Bárbara Wong

É o oitavo ano que a Quinta da Ervideira lança um dos vinhos pelos quais é famosa.

Quando o vinho foi lançado, o enólogo Nelson Rolo mandou 300 SMS para todos os contactos que tinha no telemóvel a anunciar que a Quinta da Ervideira acabara de lançar um vinho branco feito de uvas tintas. De imediato choveram respostas a dar-lhe os parabéns pela mentira. Era dia 1 de Abril. Há oito anos que a Ervideira lança o Invisível precisamente no dia das mentiras.

Este ano não foi excepção. Duarte Leal da Costa, director-executivo da Ervideira, e Nelson Rolo, enólogo, aproveitaram o dia para fazer uma prova de vinhos do Invisível desde a primeira vez que foi para o mercado, com um grupo de jornalistas. À frente de cada um estão oito copos, tantos quantos os anos em que o Invisível foi comercializado – trata-se de uma prova vertical, neste caso, de 2009 a 2016.

O desafio de fazer um vinho branco com uma casta que tradicionalmente é associada ao vinho tinto – Aragonez – começa logo na vinha, quando as uvas são colhidas de noite com uma máquina que faz vibrar as videiras para recolher o primeiro sumo de lágrima. Ali, procuram que aquele não oxide nem comece a fermentar. O sumo é transportado para a adega num camião de frio onde leva um choque de frio. A Ervideira utiliza esta tecnologia, mas nem sempre as coisas correm bem, admite o enólogo. Há cubas onde, por qualquer razão ou por um descuido técnico, a fermentação acontece mais cedo e o vinho começa a escurecer. Se tudo correr bem, este obedece a um estágio de seis meses.

“Andámos dois anos a estudar como fazer um branco com tintos”, conta Leal da Costa. Desde que a adega conseguiu começar a produzi-lo que o vinho é lançado a 1 de Abril, mas uma semana antes já foi distribuído pelos fornecedores, garrafeiras e restaurantes. “Estão vendidas 16 das 60 mil garrafas, o que significa que facturámos 90 mil euros e, até Julho, teremos tudo vendido”, continua o director-executivo. A primeira edição foi de apenas 13 mil garrafas. “São dez anos de trabalho e oito de colheitas”, resume, satisfeito. O preço de venda ao público recomendado é de dez euros

Com a prova, uma surpresa não só para os jornalistas, mas também para os dois responsáveis, que a fazem pela primeira vez, pretende-se perceber a evolução deste vinho. Se no primeiro ano este é um vinho mais adocicado e com uma cor mais forte, à medida que os anos vão passando vai ganhando um equilíbrio, com mais acidez, assim como uma cor mais suave.

“Queremos proporcionar experiências inovadoras” aos clientes, justifica Duarte Leal da Costa que, além da experiência do Invisível, também fez a do Conde d’Ervideira, que estagiou no fundo do rio durante vários meses.

Há um novo vinho que emergiu da água 

“Estou brutalmente contente”, exclama Duarte Leal da Costa no final da prova.  De seguida é tempo de experimentar o Invisível a diferentes temperaturas, conforme os pratos que são servidos no restaurante da Associação Naval de Lisboa, junto ao rio. Este é recomendado para acompanhar comida japonesa, quase gelado. Com vieiras, o mesmo vinho de 2016 é servido a 8º/10º e com um magret de pato a 16º/18º. 

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