À medida que o Verão se aproxima, Lisboa volta a surgir em força na imprensa internacional, desfilando entre elogios, da CNN ao The Guardian, do El País ao The Telegraph. Coincidência ou não, as duas últimas publicações escolheram o 25 de Abril para publicar artigos repletos de sugestões para fazer na próxima visita à capital portuguesa.
No El País, o novo tapete de calçada portuguesa do Cais do Sodré, que o jornal espanhol define como sendo o “centro turístico de Lisboa”, é um “espectáculo” que deixa os turistas “boquiabertos”, enquanto tiram fotografias aos calceteiros, que trabalham indiferentes aos disparos das fotografias.
Os “bordados de pedra negra” surgem em destaque no artigo que o jornal espanhol dedicou à capital portuguesa, seguidos de mais “30 experiências únicas em Lisboa”. A cidade “está a pôr-se reluzente a um ritmo forçado”, refere o jornalista Javier Martín, para quem não será “simples casualidade” que as obras na frente ribeirinha surjam em ano de eleições municipais.
A margem direita do Tejo tornou-se uma “peregrinação contínua de turistas”, que saltam de bar em esplanada, de restaurante em discoteca, entre casas icónicas e espaços da moda. “Lisboa mantém a tensão entre a tradição, que lhe dá a sua singularidade, e a modernidade, que lhe dá o dinheiro para levantar os palácios que caíam em decadência”, descreve o autor do artigo. Ainda assim, diz, “os encantos [da cidade] não se encontram tanto na pedra como nas suas gentes”. Entre os exemplos, Estrela Carvas, que guia o El País pela Casa Museu Amália Rodrigues e pelas histórias “que não se vêem” no edifício, “mas que se sentem”.
Apesar das novas e modernas atracções da capital portuguesa trazerem cada vez mais turistas à cidade – referência à “megalomania arquitectónica do MAAT” -, Javier Martín deixa um conselho ao “senhor autarca”: Lisboa é linda, Lisboa é única, não a arranje mais”.
E só depois de deixar o recado a Fernando Medina (actual presidente da Câmara Municipal de Lisboa e candidato a novo mandato nas eleições municipais de 1 de Outubro), o jornalista espanhol lança a sua longa lista de sugestões para aproveitar uma escapada na capital portuguesa.
Entre elas, “dez atracções que não existiam há um ano”. A saber: miradouro do centro comercial das Amoreiras; Museu de Arquitectura, Arte e Tecnologia (MAAT); Museu do Dinheiro; Museu de Art Déco; jardins do Palácio de São Bento; novos restaurantes distinguidos com estrelas Michelin; terminal de cruzeiros de Santa Apolónia; Campo das Cebolas; exposição sobre Almada Negreiros da Fundação Gulbenkian; e o regresso do Web Summit. O artigo elenca ainda “dez restaurantes autênticos” e “dez experiências únicas”, como “rezar” na igreja de São Roque ou assistir ao amanhecer no Palácio de Belmonte.
Já o britânico The Telegraph dá “19 razões” para que Lisboa esteja entre os próximos destinos para uma “escapada citadina”, optando por um leque de sugestões mais previsível. Em primeiro lugar, refere os três novos restaurantes da cidade galardoados com uma estrela Michelin (Loco, Alma e LAB by Sergi Arola), seguindo depois para o custo de vida na cidade – “famoso pela sua relação custo-benefício comparativamente aos seus vizinhos europeus” – e que inclui cerveja barata. “Uma garrafa pode custar tão pouco como 2€ em alguns restaurantes e cafés”.
Entre as sugestões estão ainda algumas das atracções turísticas mais afamadas de Lisboa: o Padrão dos Descobrimentos e o Mosteiro dos Jerónimos, os eléctricos e os ascensores tradicionais, o “assustador” elevador de Santa Justa, os enchidos, o vinho do Porto e os pastéis de Belém, o Cristo Rei, a arte urbana, a ponte Vasco da Gama, as vistas que se alcançam das sete colinas e dos bares que têm nascido nos terraços da cidade, o sol, as praias “a 30 minutos de distância”, Sintra e, por último, um “aeroporto conveniente”, localizado “apenas a 6,2 quilómetros do centro da cidade”.