Basicamente, os Porto de estilo Ruby são vinhos de cor tinta e aroma frutado, engarrafados jovens e que, nas categorias superiores, envelhecem em garrafa durante longos anos. Os de estilo Tawny resultam da lotação de vários vinhos que envelhecem em cascos ou tonéis e apresentam uma cor de evolução. No estilo Ruby inserem-se as categorias Ruby, Reserva, Crusted, Late Bottled Vintage (LBV) e Vintage. As três últimas são as principais. No estilo Tawny, incluem-se as categorias Tawny, Tawny Reserva, Tawny com Indicação de Idade (10 anos, 20 anos, 30 anos e 40 anos) e Colheita.
Quanto a menções, o vinho do Porto pode ser designado de Velho ou Old, Muito velho ou Very Old, Envelhecido em garrafa ou Bottled Matured, Garrafeira, Fino ou Fine, Reserva Tawny ou Tawny Reserve, Reserva Branco ou White Reserve, Reserva ou Reserve, Reserva Ruby ou Ruby Reserve, Reserva Tawny Especial ou Special Tawny Reserve, Reserva Branco Especial ou Special White Reserve, Reserva Especial ou Special Reserve, Reserva Ruby Especial ou Special Ruby Reserve, Finest Tawny Reserve, Finest White Reserve, Finest Reserve, Finest Ruby Reserve e Lágrima . Ufa!
Esclarecido? Não se martirize se ficou ainda mais confuso. O vinho do Porto é assim: fantástico mas quase impossível de apreender em toda a sua plenitude, até mesmo para quem está no sector. Agora imagine o nó que deve sentir um estrangeiro em frente a uma montra de vinhos do Porto!
Regressando ao Porto Clã, e para não baralhar mais - há outras menções de acordo com a cor, doçura e origem do vinho -, trata-se de um vinho de estilo Ruby com a menção Special Reserve. É um vinho de lote de diferentes estágios que, depois de engarrafado, envelhece pouco tempo em garrafa. Ou seja, é um vinho para comprar e beber, de preferência todo na mesma ocasião, como se se tratasse de um qualquer vinho de mesa. Por essa razão, a garrafa (que invoca um decanter) vem arrolhada com uma rolha de cortiça semelhante à de uma garrafa de vinho de mesa.
Na classificação sensorial, o Special Reserve situa-se abaixo do LBV e do Vintage, mas Luísa Amorim, a responsável pela Quinta Nova, diz ter querido posicionar o Clã entre o LBV e o Vintage, optando por um "estilo Ruby mais sofisticado, com imensa estrutura, só que na versão de vinho de lote".
Não havendo termo de comparação, resta dizer que o Clã não é apenas uma boa ideia de marketing. Pode não ter a intensidade, profundidade e complexidade de um vintage, nem tão-pouco a concentração e vigor de um bom LBV, mas tem um aroma refinado, uma estrutura tânica já bem domada e um volume de boca amplo e delicado. Está prontíssimo a ser bebido e a fazer boa figura numa mesa de amigos.
(Pedro Garcias)
Preços: 13,90€ | Com com pack especial em madeira e pepitas de cortiça custa 18,50€