Um casamento bem-sucedido de duas castas emblemáticas de duas regiões, a Baga da Bairrada e a Touriga Nacional do Dão.
Ainda que, na relação, a Baga se imponha, o que é patente na estrutura de taninos, é impossível não encontrar no conjunto as influências mais elegantes da touriga. O resultado acaba num vinho com alguma complexidade, temperado pela presença discreta da madeira que não compromete o seu perfil contido. Um vinho que não deslumbra os apologistas da extracção, da exuberância da fruta e da doçura. Porque a sofisticação deste belíssimo tinto está precisamente mais no que deixa subentendido do que revela ao uma prova fugaz.
Este espumante ainda vem do tempo do anterior responsável enológico da Dão-Sul, Carlos Lucas, mas já tem o dedo do enólogo actual, Osvaldo Amado, que o tornou mais bruto. No aroma, ressuma a frutos silvestres, em especial groselha, embora também evidencie um delicioso toque de marmelo. É muito cremoso e elegante e possui uma notável frescura que limpa muito bem a boca. Se fosse um pouco mais vivo no final, ainda seria melhor. Como está, funciona melhor à mesa do que como bebida social. Manuel Carvalho
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