Um belíssimo tinto de José Bento dos Santos. Boa complexidade aromática, com sugestões da madeira a combinar-se bem com a fruta, uma estrutura de taninos digna dos melhores Roriz acentuam a “têmpera” deste tinto.
No seu conjunto parece mais um vinho de outras latitudes (Do Dão? Do Douro?), graças a um carácter vincado que, sem perder fineza e graça, se sustenta numa certa secura e adstringência rústica. Face aos resultados, que subtraem este tinto a uma certa linearidade dos vinhos estremenhos, podemos apenas ficar contentes com mais uma prova de que a tinta Roriz, uma variedade fundamental do Douro, do Dão e do Alentejo (chama-se aí aragonez), é uma casta que talvez mereça outros cuidados em zonas bem drenadas como o Monte d’Oiro. Ou talvez não, talvez este vinho seja antes de mais obra do talento do seu criador.
(Manuel Carvalho)