As vinhas, rasteiras, crescem em solos de origem vulcânica, protegidos por muros de lava, num ambiente tipicamente mediterrânico, com pouca chuva e a influência constante do Siroco, o vento quente que chega do deserto do Sara. As uvas, da casta Moscatel de Alexandria (o nosso Moscatel de Setúbal e que na Pantelleria é também designado de Zibbibo, uma decorrência da palavra árabe Zi-bib, que significa passa) são sujeitas a temperaturas muito altas durante o dia. À noite beneficiam da frescura do basalto, o que explica que muitos cachos, numa adaptação natural da viticultura ao clima, cheguem a tocar o solo na fase final da maturação. A colheita é feita no final mês de Agosto e as uvas são depois colocadas ao sol, em grades de madeira, durante 10 a 12 dias, para desidratarem. Por natureza, um passito não possui a acidez premente de um colheita tardia de uvas com botrytis da Áustria ou da Alemanha, por exemplo. Mas os vinhos da Pantelleria conseguem ter um bom frescor, que equilibra muito bem a sua grande doçura. É o caso deste Nes 2009, de Carlo Pellegrino, produtor que é representado em Portugal pela distribuidora Fine Taste (ww.finetaste.pt). O guia Gambero Rosso, o mais influente de Itália, atribuiu-lhe 3 Bicchieri, a pontuação máxima que utiliza. O vinho merece-a. De aroma inebriante, com sugestões de fruta cristalizada, mel, alperce e, acima de tudo, figos secos, mostra na boca uma riqueza e uma vivacidade de sabores (também de cariz exótico) admiráveis. Glicerinado e amplo, tem um final vibrante e intenso. Um simples gole deixa um longo rasto de doçura “fresca” no palato e na memória.(Pedro Garcias)
Cantine Pellegrino
Nota de prova
- Tipo:
- Branco
- Região:
- Castas:
- Moscatel de Alexandria
- Graduação:
- 14,5% vol
- Preço:
- 35€
- Data da Prova:
- 12.09.2012