Estas classificações, como os concursos de vinhos, podem ajudar a reforçar a notoriedade de uma marca e até a aumentar as vendas em determinados mercados, mas devem ser relativizadas. Ficar em 10.º, por exemplo, num ranking de uma revista americana ou inglesa não transforma esse vinho no 10.º melhor do mundo. Foi o 10.º melhor para quem o provou, reflectindo toda a subjectividade da avaliação.
Claro que quanto maior for a credibilidade e influência da revista maior é o impacto da classificação. É por isso que não se pode menosprezar a inclusão do Quinta do Vallado Touriga Nacional 2009 e do Poças Porto Vintage 2009 na lista dos 100 melhores vinhos de 2012 da Wine Spectator, uma das revistas mais influentes do sector — apesar da excessiva valorização que a revista americana dá aos vinhos americanos. O primeiro ocupa o 13º lugar e o segundo o 20º. A lista é feita com base nas classificações dadas ao longo do ano pelos provadores da revista.
No caso do Porto Vintage da Poças — a proposta desta semana —, não deixa de ser meritória a distinção, dado 2009 não ter sido um ano de muitos vintages clássicos (vintages engarrafados com as marcas principais das empresas). Tanto mais que estamos a falar de uma pequena empresa familiar, de raiz portuguesa, e sem o património fundiário das grandes companhias do sector. Mesmo assim, a casa Poças tem vindo a criar uma grande reputação nos Porto Tawny e nos Vintage. Este 2009 ainda é uma criança, mas já apresenta bases que lhe auguram um grande futuro. Ressoa a fruta vermelha e preta bem atempada, é muito especiado e tem um corpo e uma doçura assinaláveis. Os taninos são potentes mas bem maduros, o que explica a suavidade do final de boca.