O “enologuês” está cheio de nomes pomposos que pouco dizem ao consumidor comum. Um dos mais repetidos é “terpénico” para classificar certos tipos de vinhos brancos.
Mas, afinal, o que é um vinho terpénico? Não é fácil de explicar. A descrição mais comum para terpénico é esta: “Odor denso e profundo, com origem em determinadas moléculas aromáticas contidas em algumas uvas e nos seus vinhos. Os compostos terpénicos encontram-se sob diversas formas, em estado livre ou como precursores de aromas (ácidos terpénicos, álcoois terpénicos tais como o geraniol, o mentol e o linalol, aldeídos, acetonas, ésteres, óxidos terpénicos)”.
Sim, é tudo isto, mas como é que eu sei se um vinho é terpénico ou não? Os terpenos medem-se em laboratório, mas não precisamos de ir tão longe para podermos ficar com uma ideia da coisa. Quando um vinho de Moscatel cheira intensamente a rosas, aroma característico da variedade, isso significa que o nível de terpenos é muito elevado. Resumindo de forma simples e pouco científica: vinhos terpénicos são vinhos de aroma muito intenso, normalmente carregados de notas florais como tília, alfazema, rosas, ou frutadas tipo limão ou líchia. Pela exuberância aromática, tão característica, os vinhos de Moscatel, Riesling e Gewürztraminer são os melhores exemplos de vinhos terpénicos. Sem complicar, não é possível dizer muito mais.
O melhor é provar o Pomares Moscatel Galego 2014, da duriense Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, um branco com um pouquinho de álcool a mais mas de grande expressão aromática e muito fiel à casta, ressoando a rosas, líchias e, menos, citrinos. Mas é mais do que isso: é também um vinho que expressa bem o “terroir” da casta, o planalto de Favaios (600 metros de altitude), apresentando uma acidez e uma frescura de boca magníficas. Tudo o que o Verão pede.