O mar em frente e à nossa mesa, num enlace que tinha como pretexto a prova dos vinhos açorianos de António Maçanita. O lugar e a companhia levaram o almoço até à hora de jantar e dos Arinto e Terrantez do Pico passou-se para outros vinhos, um dos quais foi o I Frati, que deixou uma saudosa memória, pela sua soberba acidez.Já se sabe: ao fim de muitos vinhos, os que mais nos agradam e impressionam são sempre os mais frescos
O I Frati provém de vinhedos próximos do Lago di Garda, na Lombardia, e é um vinho feito apenas de Turbiana, uma casta que em Itália também é associada à mais conhecida Trebbiano (existe um debate científico sobre se as duas castas são ou não a mesma). Esta variedade, além de ser muito produtiva, é também bastante aromática, apresentando algumas semelhanças com as castas Prosecco ou Moscatel. Mas deve haver poucos brancos de Prosecco e de Moscatel que sejam tão bons como este I Frati.
Na sua região de origem (Lugana), estes vinhos brancos são consumidos poucos meses depois da vindima, o que é estranho, uma vez que eles evoluem bem e ganham muito com a idade. Este I Frati é de 2012, tem já três anos, o que já é alguma coisa para um branco. Feito e estagiado apenas em inox, com batonnage regular, possui um aroma encantador, com notas frescas de maçã verde e flores brancas.
Na boca, de bom volume, mostra ainda mais intensidade, com alguma especiaria e fruta madura, muito bem envolvidas por uma refrescante e deliciosa acidez. O final é como ir dessedentar a uma nascente de granito. Uma maravilha. Em Portugal, o vinho é vendido pela Fine Taste (www.finetaste.pt).