Um Douro com nome histórico.Situada mesmo junto à foz do rio Pinhão, na margem direita do Douro, a Quinta da Foz é uma das mais icónicas propriedades da região. Não tanto pelo seu tamanho (cerca de 20 hectares de vinha), mas sim por estar pousada sobre a linha de comboio do Douro e o rio, num lugar que a torna muito cobiçada.
Esteve na posse da família Cálem entre 1872 e 2010, ano em que foi vendida a uma empresa de capitais angolanos, que começa a querer dar um novo rumo à quinta, aproveitando a raridade de possuir sete hectares de vinha com uma idade média superior a 90 anos.
Apesar de ter tudo para ser um verdadeiro “Rolls Royce”, a Quinta da Foz não tem conseguido chegar-se à primeira linha dos produtores de vinhos tranquilos que fazem a diferença na região. O caminho que está a ser seguido, de criar um portefólio clássico e diversificado — branco e tintos de várias gamas —, em detrimento da aposta num ou dois vinhos diferenciadores, talvez não seja o melhor para essa afirmação. Mas também é verdade que não é em seis anos que se constrói uma marca, ainda mais quando esta assenta numa propriedade que estava algo decadente. O potencial, porém, está lá e tanto o Quinta da Foz Reserva 2011 como o Quinta da Foz Grande Reserva 2012 são disso um bom exemplo.
Nesta fase, o segundo (o mais caro e o mais pontuado pela crítica) não é tão interessante, embora possa causar maior impacto a apreciadores de vinhos do Douro poderosos e volumosos. O vinho ainda está muito marcado pela madeira (passou 24 meses em barricas novas). O Reserva 2011, não sendo tão volumoso, está mais depurado e limpo, com outra graciosidade aromática e frescura e sem a secura tânica do Grande Reserva. A barrica foi usada de forma judiciosa, deixando o vinho mais civilizado e mais agradável de beber. Muito bom.