Propriedade com 30 hectares, dos quais 14 plantados com vinha em sucessivas varandas enquadradas com a margem esquerda do Douro, a meio caminho entre Régua e Pinhão e em pleno Alto Douro Vinhateiro.

O Pôpa que dá nome à quinta era Francisco Ferreira, uma vida inteira dedicada ao trabalho nas vinhas mas que a pobreza e as diferenças sociais de então nunca permitiram concretizar o sonho de produzir vinho e ser proprietário. Coube ao filho, que angariou meios em França, alcançar esse estatuto já depois da viragem do século, e são os netos, Stéphane e Vanessa Ferreira que conduzem o projecto, aliando a história, o terroir e os saberes herdados a uma visão cosmopolita e contemporânea do negócio e da produção. 

O propósito é também fazer “vinhos de homenagem” ao avô, cuja alcunha resultava do arrebito capilar que com vaidade exibia. 

O Pôpa VV (de vinha velhas) resulta de um blend feito na vinha, cepas com idade média acima dos 60 anos e mais de uma vintena de castas. Predominam aquelas que então dominavam a viticultura duriense, como a Touriga Franca ou as tintas Amarela, Barroca e Roriz, mas o que mais destacam é a harmonia de fruta, com expressão de ameixas e cerejas maceradas, aromas contidos e sem exuberâncias. 

O ano de 2011 é tido como uma das melhores colheitas no Douro, e este é um vinho que bem mostra essa intensidade. Poderoso e expressivo, mas também com um belo balanço de sabor, estrutura e frescura. Cativa pela elegância, manifestações de frutos silvestres e especiarias, e impressiona pela potência final com que explode na boca. Um vinho que, além do Pôpa, homenageia também as grandes colheitas do Douro.