Não podia ter sido mais feliz o apelo visual escolhido para a garrafa deste novo Loureiro minhoto. “A casta mais bela da região”, como se acentua no rótulo, é destacada com uma silhueta jovial, bonita, sedutora e de ar festivo, que logo se associa ao estilo brejeiro e entretido que é a marca da boa vida minhota.
E nem importa para aqui saber-se se é no vale do Lima ou do Cávado que a casta Loureiro atinge a sua melhor expressão, sendo que o mais importante é sempre que seja bem tratada e potenciada, da vinha à adega, para que dela se possa extrair todo o potencial de aroma, acidez e mineralidade. E se há alguns bons exemplos em ambas as sub-regiões, os maus exemplos abundam por todo o lado.
Ora, se outras virtudes não tivesse, e tem muitas, o que este Maria Bonita mostra é um Loureiro na sua versão mais pura e genuína, sem receio dos aromas, dos açúcares da fruta e da elevada acidez que é, talvez, a característica mais distintiva dos vinhos da região.
Com uma posição de mercado em crescendo e produção já quase em todas as regiões do país, a Lua Cheia em Vinhas Velhas tem-se destacado também como um dos melhores exemplos na elaboração de vinhos com excelente relação qualidade-preço.
Para a produção deste Loureiro a empresa recuperou vinhas associadas ao Mosteiro de Vilar de Frades, em Barcelos, na margem direita do Cávado. A implantação da propriedade é anterior à nacionalidade (ano de 566) e foi obra de beneditinos, como se sabe os pioneiros da produção de vinhos na Europa e que ocuparam espaços que ainda hoje são tidos como os melhores terroirs.
À sedução dos aromas vivos, adocicados e cítricos, do primeiro impacto, o Maria Bonita logo associa os sabores frutados, textura entretida e uma acidez fresca e persistente que preenche o palato. Ainda por cima com álcool reduzido, num belo trabalho dos enólogos João Silva e Sousa e Francisco Batista, que em vez de destruir acidez, como é comum na região, nos mostram a casta mais bela de região tal qual elea é: sedutora e atrevida, fresca e jovial, como qualquer Maria bonita do Minho.